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A livraria mais solidária do concelho de Oeiras reabriu com novidades e um novo nome


Associação Solidária Heróis com Capa


É possível ler aqui este artigo completo do New in Oeiras sobre uma livraria solidária, situada em Linda-a-Velha, onde os livros realizam desejos.

A livraria está aberta todos os sábados, entre as 14h30 e as 18h30. Por lá, estarão as madrinhas e os voluntários da Heróis com Capa, a receber todos aqueles que queiram comprar ou doar livros. Uma equipa que se dedica de corpo e alma a este projeto, que se mantém fiel à sua essência.

Seja qual for o género que goste mais de ler, nesta livraria encontra de tudo um pouco. Há categorias muito diversas, desde policiais a romances, livros de viagens, de História e Ciência, infantis e juvenis, entre muitas outras — todas bem identificadas e com algum humor à mistura. Os valores, quase simbólicos, são revertidos para fundações e instituições que a Heróis com Capa decida ajudar.

Além disso, a livraria quer também promover e acolher eventos relacionados com a literatura e atividades socioculturais, que aproximem as pessoas entre si, e dos próprios livros. É com este propósito que a Heróis com Capa que vai passar a receber os encontros do Clube de Leitores Solidários, “Mais que Palavras”, organizado por Sara, uma das voluntárias da livraria, que criou uma página no Instagram para partilhar as suas leituras. O primeiro encontro vai acontecer já na manhã desta quarta-feira, dia 1 de novembro. O Clube dos Leitores Solidários terá, como todas as iniciativas, um cariz solidário e, neste caso, a contribuição é para a Associação Acreditar, com o objetivo de angariar fundos necessários para atribuição de bolsas de estudo a jovens com doenças oncológicas, cujas famílias estejam com dificuldades financeiras.
Será assim nos eventos que a livraria vai realizar no futuro, ou seja, no momento da inscrição do mesmo, será feito um donativo e os participantes irão receber um vale. No dia do evento, poderão trocar esse vale por livros em segunda mão disponíveis no espaço.

Acompanhe o trabalho da Heróis com Capa através do Facebook e do Instagram. O Natal aproxima-se e oferecer livros é sempre uma ótima ideia.



AS MINHAS LEITURAS: "Portugal e o Futuro" por António de Spínola

 

Livros com gipsofila

Ficha do Livro
Autor: António de Spínola
Edições: arcádia
Nº de Págs.: 245
Ano de Edição: 1974
Classificação: História de Portugal
Sinopse: Livro fundamental para a compreensão da História recente de Portugal, da autoria daquele que viria a ser Presidente da República depois da mudança política verificada em 1974.

Comentário
O tipo de texto é parecido com os livros das disciplinas introdutórias ao Direito. É interessante ler as preocupações que habitavam a mente de Spínola como por exemplo a emergência dos povos africanos e o seu despertar; a comunidade europeia com os seus tratados e acordos internacionais; o neoimperialismo; a propaganda soviética; o boom migratório dos anos 60; e a guerra do ultramar. Spínola era defensor da ideia de que Portugal não está nem deve estar isolado do resto do mundo, somos europeus e entramos numa nova ordem mundial: a era espacial.

"Portugal e o Futuro" tornou-se um documento importante para percebermos a nossa história. Recomendo a sua leitura.


Citações

"(...) As crises são sempre uma característica das mudanças de idade histórica, em que uma ordem de valores se substitui por outra; todos os períodos dessas transformações comportam anomias, violências, desorientação e caos; e sempre no seu decurso os reacionários apodaram os inovadores de perigosos subversores dos valores humanos."


"A tribo é ainda a verdadeira nação africana, caracterizada por uma distribuição igualitária e muito coletivizada dos meios de produção. (...) As influências ocidentais originaram novas conceções, não só sugerindo às jovens nações africanas a concentração do poder económico como apoiando as tribos que mais cooperantes se haviam revelado com os interesses das potências neocoloniais. Este facto gerou nas sociedades tradicionais um sentimento de ameaça à sua sobrevivência, do qual resultaram movimentos de rebeldia contra os poderes constituídos."


"Não está o bloco comunista interessado em terminar imediatamente o conflito, pois de outro modo já teria proporcionado àqueles movimentos a possibilidade de uma intervenção eficaz à qual seria muito difícil opormo-nos. Mas a União Soviética tem a plena consciência de que, quando o quiser, poderá provocar um agravamento incontrolável da situação no Ultramar Português, e não desistirá de ali realizar a sua estratégia neoimperialista quando o julgar oportuno.



Referências:
📌 RTP Arquivos - Entrevista ao escritor brasileiro Carlos Lacerda a propósito do lançamento do livro "Portugal e o Futuro", da autoria do general António de Spínola e publicado em Portugal pela Editora Arcádia em Fevereiro de 1974 - clicar aqui.
📌 Artigo do Diário de Notícias «O livro "Portugal e o Futuro" e o 25 de abril»
📌Dissertação de Mestrado por Viviane Alves Chaves intitulada «Spínola, “Portugal e o futuro”: e a utópica comunidade luso afro brasileira da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Brasil).



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Desafio Literário
Mant'Anual 2023 na categoria «Livro de não ficção sobre a história/momento de um país/região».

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Primeira Livrearia do Mundo Já Abriu em Ponte de Lima

 


O centro da Vila de Ponte de Lima viu nascer a “primeira livrearia do mundo”. Lá dentro, não se encontram funcionários nem sequer uma caixa registadora. Expostos como se de um museu se tratasse, os livros em segunda mão aguardam que alguém neles repare e os trate com o devido respeito. - in AltoMinho TV
Consultar página do facebook deste projeto aqui em Livrearia.


AS MINHAS LEITURAS: "David Copperfield" de Charles Dickens

 

Livros com gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Charles Dickens
Título Original: David Copperfield
Edições: Casa do Livro, editora
Nº de págs.: 181
Coleção: Coleção Azul
Ano de Edição: 1979
Classificação: Romance
Sinopse: Obra-prima do realismo inglês, David Copperfield é o grande romance de formação de Charles Dickens e seu livro mais pessoal. Um dos maiores romances da literatura mundial, David Copperfield tem entre seus leitores gerações sucessivas de escritores do porte de James Joyce, Kakfa, Virginia Woolf e Tolstói, para quem é fonte de inspiração permanente. A lista inclui também o próprio Charles Dickens, que considerava o livro "seu filho favorito". Publicada como folhetim entre 1849 e 1850, a história é um clássico relato de formação de um menino descobrindo um mundo que é, ao mesmo tempo, mágico, assustador e terrivelmente real. Dickens constrói esse universo de forma brilhante, emprestando a ele partes substanciais de sua própria biografia, mas usando como amálgama a sua inventividade incomparável como ficcionista e as tintas mais acuradas do realismo inglês do século XIX. Assim, seguimos a vida de David, desde a sua infância pobre e difícil até a descoberta da vocação de escritor, numa jornada repleta de aventuras cômicas, sentimentais e por vezes trágicas. É impossível não se comover com o destino de David e não se deliciar com o fabuloso elenco de personagens que cruzam e acompanham seu caminho — o padrasto cruel Murdstone; o irresponsável Micawber; a frívola e encantadora Dora; e o humilde porém traiçoeiro Uriah Heep.

Comentário
Li este livro por causa de um desafio literário e gostei. A narrativa fez-me lembrar Oliver Twist, devido à negligência sofrida pelas crianças em geral - realmente na época não se valorizava a infância como hoje, a vida era  totalmente diferente. E sinceramente doeu-me ler. Para mim as crianças deviam ser protegidas e compreendidas pela família, mas nem sempre acontece; e aqui neste livro vemos vários infortúnios que alteram a vida desta criança David Copperfield.
Ao mesmo tempo, este livro é uma luz de esperança! Apesar das dificuldades que se interpõem no caminho da vida, a esperança nunca morre e isso dá frutos! David Copperfield consegue ter uma vida boa, fruto do seu trabalho, sacrifício, perseverança e paciência; e claro, graças ao ingrediente principal, o amor. Porque uma vida sem amor é vazia e deserta, tal como o personagem Uriah Heep.
Adoro clássicos! E recomendo vivamente este!


Referências
📌 Consultar na Wikipedia.
📌 Adaptação para filme "David Copperfield" (1999) com Daniel Radcliffe no papel de David Copperfield em criança, e outros atores de renome como Ian McKellen, Maggie Smith, Imelda Staunton, Bob Hoskins, Alun Armstrong e Pauline Quirke.



📌 Adaptação para filme "A Vida Extraordinária de David Copperfield" (2019) aqui. Também com atores de renome nos papéis principais, como Dev Patel e Hugh Laurie.








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Este livro conta para o desafio literário 

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WOOKACONTECE: Mundos em conflito

No blogue literário da Wook podemos ler este artigo sobre o mundo em conflito. Há livros que, com humor, romance ou crueza, nos explicam que o conflito parece ser sempre o modus operandi da Humanidade.




Esta é daquelas histórias reais que mais parecem ficção. Lemo-la e pensamos que só pode ter vindo da pena de alguém muito criativo, pois além de inusitada, envolve uma dose de impossibilidade que só acontece nas lendas. Porém, é mesmo verdade que o soldado Hiroo Onoda esteve trinta anos escondido numa ilhota nas Filipinas, sem saber que a II Guerra Mundial tinha acabado. O japonês, destacado para defender o local já perto do fim do conflito, recusou-se durante esse tempo todo a aceitar que a guerra havia terminado e muito menos que os japoneses se tivessem rendido. Este é, então, o relato da vida do estoico Onoda, romanceada por Werner Herzog mas baseada naquilo que o soldado viveu em trinta anos de reclusão na selva.




Uma das novelas gráficas mais lidas por cá, O Árabe do Futuro, conta, nos seus cinco volumes, a vida de Riad Sattouf, que é também o seu autor. Vamos acompanhando o seu percurso desde o nascimento, em 1978, passando por países como a Líbia no tempo do General Kadafi, a Síria de Hafez Al-Assad, mas também a França. O mais engraçado é que é pela voz de uma criança que vamos lendo e vendo os relatos de um mundo constantemente em conflito, mas sempre com um humor muito acutilante, que por vezes nos deixa um pouco incómodos, mas a maior parte das vezes nos diverte muito, mesmo perante algumas situações limite. Pelos olhos do pequeno mas sagaz Riad, assistimos a um desfilar de estranhezas, de contrastes entre o Médio Oriente e a França, sem que nem um nem outro sejam poupados à sua ironia e humor.




Não costumamos dizer muitas vezes que determinado livro deveria ser lido por todos. Mas este é, sem dúvida, um deles. Porque o livro de Primo Levi, um clássico sobre a praticamente impossível missão de manter-se vivo dentro da mais atroz máquina de destruição, ultrapassa a sua dimensão histórica e geográfica para se tornar num relato universal sobre a miséria humana, sobre o despojo de qualquer sombra do que nos faz pessoas. A vil tortura física e psicológica, a incerteza sobre o provimento de elementos básicos como a água e a comida, a privação de descanso, o constante terror e o pânico da incerteza quanto à sobrevivência são-nos transmitidos pelo autor de uma forma muito crua, sem rodeios. Custa-nos, no conforto das nossas vidas, imaginar tal cenário de horror e como seres humanos podem provocar semelhante dor em outros. Ficamos a perguntar-nos se esses, os que infligem tamanho sofrimento são, realmente, homens.




Porventura o livro mais conhecido de Ernest Hemingway, O Adeus às Armas é um romance de guerra. A história segue o protagonista, o tenente Frederic Henry, um americano que trabalha como motorista de ambulância em Itália durante a Primeira Guerra Mundial e que se apaixona por uma enfermeira britânica, Catherine Barkley. O relacionamento floresce tendo como cenário a brutalidade da guerra. À medida que o conflito se intensifica, Henry é ferido e enfrenta desafios emocionais e físicos que o levam ao limite, questionando o seu amor e a sua capacidade de sobrevivência. O romance explora temas como o heroísmo, o trauma de guerra e a busca pela paz. Como nenhum outro, Hemingway retrata de maneira realista os horrores da guerra e a luta das personagens para encontrar sentido e esperança num mundo devastado pelo conflito.


AS MINHAS LEITURAS: "A Cabana do Pai Tomás" de Harriet Beecher Stowe

 



Ficha do Livro
Autor: Harriet Beecher Stowe
Título Original: Uncle Tom's Cabine or Life among the lowly
Ano de Edição: 2006
Classificação: Romance
Sinopse: A obra secular de Harriet Beecher Stowe apresenta, de forma romanceada, o conflito vivido entre os escravos norte-americanos e os ricos proprietários de terras no sul dos Estados Unidos, mostrando quão infame era a escravidão.

Comentário
Li este livro em e-book no Project Gutenberg por causa de um desafio literário. Já tinha ouvido várias referências a esta obra, nomeadamente em filmes e documentários; e realmente é um livro incomodativo, no sentido de chamar a atenção para vários problemas da sociedade norte-americana, como a escravatura, o tráfico de pessoas, a discriminação racial, a desigualdade de género... antes da Guerra Civil acontecer.
Nota-se perfeitamente a "raiva" da autora em relação estes problemas. O facto de ela ser mulher e ter conseguido arranjar um instrumento para denunciá-los, é de louvar. O livro em si é uma forma de protesto contra a sociedade da época.
Recomendo a leitura deste livro!


Referências
📌 Ler e-book no Project Gutenberg aqui.
📌 Artigo na revista National Geographic Portugal «A cabana do pai Tomás, o romance que mudou a história da América».
📌 Adaptação que eu já vi para filme por Stan Lathan, em 1987, com Avery Brooks no papel de Tio Tomás:



📌 Filme sobre o mesmo tema que também já vi: Django (2012).






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Este livro conta para o desafio literário 

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AS MINHAS LEITURAS: "Maria dos Prazeres" de Gabriel García Márquez

 

Livros com gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Gabriel García Márquez
Título Original: María dos Prazeres
Edições: Dom Quixote
Nº de Págs.: 28
Coleção: Ficção Universal
Ano de Edição: 2000
Classificação: Conto
Sinopse: O homem da agência funerária chegou tão pontualmente que Maria dos Prazeres estava ainda em roupão de banho e com a cabeça cheia de rolos, e mal teve tempo para por uma rosa vermelha na orelha afim de não parecer tão indesejável como se sentia. Lamentou-se ainda mais do seu estado quando abriu a porta e viu que não se tratava apenas de um notário lúgubre, como ela supunha que deviam ser os comerciantes da morte, mas um jovem tímido com um casaco aos quadrados e uma gravata com pássaros coloridos. Não trazia sobretudo, apesar da Primavera incerta de Barcelona, que as chuvas batidas por ventos oblíquos tornava quase sempre menos suportável ainda do que o Inverno. Maria dos Prazeres, que recebera tantos homens a qualquer hora, sentiu-se envergonhada como pouquíssimas vezes lhe sucedera.


Comentário
Este livro faz parte de uma pequena série de 6 livros para crianças que a Dom Quixote decidiu fazer com as ilustrações de Carme Solé Vendrell e os contos de Gabriel García Márquez.
As ilustrações são lindíssmas! A da capa também existe dentro do livro, dando assim duplo destaque à velhinha Maria dos Prazeres com o seu cão Noi, cão esse que aprendeu a chorar com lágrimas! - havendo também uma ilustração desse cão tão fofo a olhar como que para nós e a lagrimazita a escorrer pelo olho.
Mas para além dos desenhos, há a escrita de Gabriel García Márquez. Este conto fez-me recordar um outro livro dele "Os Funerais da Mamã Grande". Aqui o autor fala do fim da vida, da vontade em deixar tudo pronto para quando o fim chegar. Não é de maneira nenhuma um assunto mórbido, é sim um acontecimento da vida, tão natural quanto o nascimento.

Recomento a sua leitura.




Desafio Literário
📚  Mant'Anual 2023 na categoria «Livro com um nome próprio no título».


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