Páginas

Portal da Literatura: livros em destaque

 



O Problema Final

O Problema Final é mais do que um desafio entre assassino e detetive. É um duelo de inteligências entre escritor e leitor. Junho de 1960. Numa ilha paradisíaca ao largo de Corfu, ...

Ver mais

O Meu nome é Emilia del Valle

São Francisco, 1866. Uma freira irlandesa, abandonada após uma tórrida relação com um aristocrata chileno, dá à luz uma menina a que chama Emilia del Valle. Criada com devoção pelo...

Ver mais

Lucy

Lucy nasceu numa ilha das Antilhas, o cenário de férias idílico para qualquer turista, mas que para ela nunca foi senão uma colónia refém do sol e da seca, uma prisão insuportável....

Ver mais

Maria da Fonte

Camilo Castelo Branco, um dos escritores mais férteis da literatura portuguesa, destacou-se pela sua vasta produção literária. A sua obra é marcada pela profundidade emocional e p...

Ver mais

Heroínas

Em 1943, Irene Woodward abandona o noivo abusivo e alista-se na Cruz Vermelha para servir na Europa. Rapidamente faz amizade com Dorothy Dunford, uma rapariga imponente e determina...

Ver mais

O Palácio de Gelo

A obra-prima do lendário escritor norueguês, uma história intensamente lírica sobre as angústias e paixões do fim da infância, a devoção à amizade e à memória. Numa paisagem fabulo...

Ver mais

Uma Questão de Beleza

O que torna a vida verdadeiramente bela? Quais são as coisas verdadeiramente belas na vida? E até onde estamos dispostos a ir para as alcançar? Situado nos dois lados do Atlântico...

Ver mais

Não é um rio

Enero e o Negro vão à pesca com Tilo – o filho adolescente de Eusebio, o amigo que morreu –, regressando à ilha onde costumam ir há anos, apesar da memória de um terrível acidente ...

Ver mais

As Sereias

Uma história de irmãs separadas por séculos, mas unidas pelo poder do mar. 2019: Lucy acorda no quarto do ex-namorado, a asfixiá-lo. Horrorizada, foge para casa da irmã, Jess, numa...

Ver mais

A Arte da Alegria

Romance dos sentidos e da sensualidade, A Arte da Alegria ressuscita os fervores políticos que marcaram o século XX pelas mãos de Modesta, uma mulher siciliana cuja força e carácte...

Ver mais

Revista Somos Livros 📚🚶‍ Se podes ver, repara.



Revista Somos Livros – Mês do Livro 2025

No mês em que comemoramos os 51 anos da nossa democracia (e mais um Dia Mundial do Livro), dedicamos esta edição a todos aqueles que tomaram a decisão difícil de abandonar o seu país e escolheram o nosso como destino. Procuramos dar voz a esse sentimento de habitar uma pátria estrangeira e aos efeitos desse relacionamento continuado: na forma como falamos ou vemos o mundo; nos nossos filhos; na arte que criamos.


📖🙋


Portal da Literatura: livros em destaque

 


Anna dos olhos verdes

Numa manhã fria de Janeiro em Milão, acontece o funeral de Cesare Boldrani, um dos homens mais ricos, poderosos e misteriosos do país. Anna Boldrani, sua única filha e herdeira do ...

Ver mais

Heroínas

Em 1943, Irene Woodward abandona o noivo abusivo e alista-se na Cruz Vermelha para servir na Europa. Rapidamente faz amizade com Dorothy Dunford, uma rapariga imponente e determina...

Ver mais

O Hospital de Alfaces

A história de três gerações avô, pai e filho entrelaçam-se em momentos tocantes que nos fazem refletir sobre o efémero da vida e como o amor nos salva em todos os momentos. Este li...

Ver mais

A Casa da Noite

Na sequência da trágica morte dos pais num incêndio doméstico, Richard Elauved, então com catorze anos, vai morar com os tios na vila remota e isolada de Ballantyne. Richard não ta...

Ver mais

Encontro Proibido

PODERÁ UM AMOR DE VERÃO DURAR UMA VIDA INTEIRA? Elly está em Mykonos, uma das paradisíacas ilhas gregas, a aproveitar as férias antes de dar início a um novo capítulo da sua vida ...

Ver mais

O Problema Final

O Problema Final é mais do que um desafio entre assassino e detetive. É um duelo de inteligências entre escritor e leitor. Junho de 1960. Numa ilha paradisíaca ao largo de Corfu, ...

Ver mais

O Hóspede Misterioso

Sejam bem-vindos. Sou a vossa camareira. Entro nos vossos quartos e conheço os vossos segredos. Molly, a camareira, está completamente sozinha no mundo. Sim, está habituada a ser ...

Ver mais

Naquele dia

Naquele Dia, Griselda acordou com uma dor de cabeça insuportável e não se conseguiu levantar da cama. Teve de ser Flavia, a filha de seis anos, a lembrá-la de que tinha de ir para ...

Ver mais

WOOKACONTECE: "A síndrome do livro da mesa de cabeceira"


Há livros que não se leem. Permanecem. Instalam-se na mesa de cabeceira com um ar de continuidade discreta, como se fizessem parte do mobiliário emocional. Não são propriamente “livros em leitura” nem “livros por ler”. São objetos simbólicos, carregados de intenções, hesitações e expectativas. Como relíquias silenciosas daquilo que se deseja ler — mas raramente se lê.
Esta presença constante deu origem a um fenómeno não documentado nos manuais de biblioteconomia, mas amplamente reconhecido entre leitores compulsivos: a síndrome do livro da mesa de cabeceira.
Pode apresentar-se de várias formas. O clássico dos clássicos é o livro de autor consagrado e de reputação intimidante. Um Pirandello, um Bulgákov, um Edgar Allan Poe. São livros que tanto nutrem o espírito como refletem o gosto e a sensibilidade intelectual de quem os lê.
Depois, há os livros de autoajuda. O Poder do Agora, Manhãs Milagrosas. Títulos que prometem iluminar a existência em poucas páginas. São colocados na mesa de cabeceira como amuletos de desenvolvimento pessoal. O simples facto de estarem ali transmite a ideia de que se está “num caminho de evolução”, mesmo que esse caminho não avance para lá do índice.
Segue-se a categoria dos livros-presente. Poesia? Os que foram oferecidos com carinho — ou com culpa — e que, por respeito ao gesto, se mantêm em exibição constante. Não se leem por afinidade, mas por obrigação afetiva.
Existem ainda os livros-temporada. Títulos que chegaram em momentos específicos — separações, mudanças de vida, desafios existenciais — e que, apesar de ultrapassada a fase, permanecem como lembrança. São livros que se transformam em âncoras emocionais: não servem tanto para serem lidos, mas para recordar quem se era quando se pensou iniciar a leitura.
E depois, há os livros utilitários: dicionários, antologias, devocionários, agendas literárias. Livros que se usam pontualmente, mas que, na prática, acumulam pó em repouso quase litúrgico.
A síndrome manifesta-se também na forma como se lida com esses livros: vira-se a lombada para a frente, empilha-se com cuidado, muda-se de lado conforme a disposição da luz ou do copo de água noturno. Há quem mantenha um marcador entre as páginas há mais de um ano, na esperança de retomar a leitura «assim que houver tempo». O marcador é um gesto de fé.
O que estes livros têm em comum é que não incomodam. Não pressionam. Não exigem. Estão ali como promessas de uma versão mais atenta, mais culta ou mais organizada de quem os colocou ali. E é talvez isso que mais importa: o livro da mesa de cabeceira não é apenas um livro, é um espelho. Revela padrões, expectativas e até frustrações.
O leitor que acumula livros de espiritualidade revela uma busca de sentido. O que coleciona romances históricos de 500 páginas pode estar à espera do momento «certo» para mergulhar com tempo. O que tem um compêndio técnico provavelmente sonha com uma versão mais disciplinada de si mesmo. E o que tem uma pilha eclética, em permanente desequilíbrio, talvez seja alguém dividido entre múltiplos interesses e incapaz de fazer escolhas definitivas.
Curiosamente, poucos desses livros acabam por ser lidos até ao fim. A mesa de cabeceira transforma-se, então, numa espécie de zona neutra da leitura — um limbo entre a intenção e a ação. É o lugar onde o livro repousa quando já não é novidade, mas ainda não foi abandonado. Um território de transição, onde a leitura é adiada. Indefinidamente?
A crítica mais comum — e talvez mais injusta — é considerar esse gesto um fracasso. Mas há outro olhar possível: talvez o valor de um livro não resida apenas na sua leitura, mas na ideia de que pode, a qualquer momento, ser lido. O livro da mesa de cabeceira representa o desejo de continuar a aprender, a sentir, a crescer. Mesmo que o dia nunca chegue.
O livro da mesa de cabeceira é um ritual contemporâneo. Um símbolo do modo como nos relacionamos com o tempo, com o saber e connosco próprios. Um gesto que diz: «Ainda acredito que vou ler isto.» E essa crença, por si só, é já literatura em potência.
 

Por Analita Alves dos Santos, no blogue WOOKACONTE.