Elaine Kasket |
Na revista VISÃO é possível ler esta entrevista, super interessante, à psicóloga inglesa de 53 anos que investiga a interface entre a psicologia e a tecnologia há duas décadas. No livro Reboot, Reclaiming Your Life in a Tech-Obsessed World que será lançado a 31 de agosto e que foi escrito a partir do trabalho de campo com entrevistas, casos clínicos e observações de cariz pessoal, Elaine Kasket propõe-nos reiniciar a forma de lidar com o big data. Como? Moldando os relacionamentos mediados pelos “amigos” digitais de modo consciente. O lema desta psicóloga inglesa dá que pensar: “Que eu tenha serenidade para aceitar o que não posso mudar na tecnologia, a coragem para mudar a forma como a uso e, sempre que possível, a sabedoria para saber a diferença.”
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Na entrevista Kasket afirma que, quando os pais começam a divulgar informações sobre a identidade dos filhos e os sonhos e expectativas que projetam neles – até porque toda a gente o faz –, isso torna-se a regra; é difícil parar, mas a monitorização constante, que acalma os adultos, tem custos. Há um estudo clássico da psicologia, que envolve a interação entre mães e filhos pequenos, em que, a certa altura, se pede [às mães] que não tenham expressões faciais (still face): as crianças ficam agitadas e protestam, no esforço de captar atenção. Não é diferente quando se tem o bebé ao colo e se passa o tempo com os olhos no ecrã. A tecnologia tende a assumir o lugar dos pais e a ser um entrave à criação de vínculos, com implicações no desenvolvimento neurobiológico, psicológico e social de uma geração.
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