Mural no Porto: "O Fiscal é PIDE. Expulssemo-lo" |
Em 2024, comemoramos o 50.º aniversário de um dia muito especial na História de Portugal, o 25 de Abril de 1974, também conhecido como a Revolução dos Cravos. Para o assinalarmos, escolhemos 50 factos que precisas mesmo de saber sobre este dia para perceberes como ele foi, e continua a ser, tão importante para o nosso país.
O 25 DE ABRIL EM 10 FACTOS
- Portugal viveu a ditadura mais longa da História da Europa.
O Golpe Militar de 1926 deu início a uma ditadura* militar, que depois culminou no regime ditatorial do Estado Novo, em 1933. Os portugueses viveram 48 (longos) anos sem liberdade!
Nota: *No livro É Assim a Ditadura, podes ler: «A ditadura é como um ditado: um senhor diz o que se tem de fazer e todos o fazem. Só porque sim. Todos lhe obedecem porque o temem. E todos os que não o temem são castigados por ele.»
- Antes do 25 de Abril, não existia liberdade de expressão.
Era habitual dizer-se que as paredes tinham ouvidos, pois por todo o lado existiam membros da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) à escuta, prontos para prender e castigar todos aqueles que se mostrassem insatisfeitos com o regime.
- Os livros eram considerados objetos perigosos.
Outra função da PIDE era censurar, isto é, cortar, alterar, ou até mesmo proibir a circulação de livros que expressassem ideias contrárias às da ditadura. Ser apanhado a ler um destes livros proibidos era motivo suficiente para ir parar à cadeia.
- Os rapazes e as raparigas frequentavam escolas diferentes.
Quer em escolas só para rapazes, só para raparigas ou em escolas mistas com salas e recreios separados, os rapazes e raparigas não se misturavam, nem sequer nos corredores! Não é estranho imaginares isso?
- Era proibido beber Coca-Cola.
Parece absurdo, mas não era sequer vendida em Portugal. Algumas pessoas contam que chegavam a viajar até à fronteira com Espanha só para poderem beber uma Coca-Cola fresquinha!
- Não podias votar.
Mais grave do que a proibição da Coca-Cola, era a impossibilidade de escolheres livremente quem governava o país. Não havia eleições ou, quando as havia,eram falsificadas. Por isso, é tão importante que exerças o teu direito ao voto quando atingires a maioridade: muitas pessoas lutaram para que o tivesses!
- O mapa de Portugal estendia-se até à Ásia.
Nesta altura, Portugal detinha poder sobre várias colónias (por outras palavras, territórios governados pelo Estado português fora das suas fronteiras), como Angola, Moçambique, Macau ou Timor-Leste.
- Uma guerra forçou milhares de portugueses a combater em África.
Quando as colónias africanas começaram a exigir independência, deu-se início a uma guerra, conhecida como Guerra Colonial, que durou 13 anos (de 1961 a 1974). Custou a vida a mais de oito mil portugueses e um número indeterminado de africanos.
- O 25 de Abril poderia ter sido o 16 de Março.
A verdade é que esta não foi a primeira data pensada para um golpe. Houve uma primeira tentativa a 16 de março de 1974, mas a operação falhou e os envolvidos foram presos.
- A Revolução foi feita para ti.
Embora 1974 possa parecer uma data muito distante, uma vez que ainda não tinhas nascido, a verdade é que este dia foi feito a pensar em ti e em todos aqueles que viriam depois de ti. Por isso, é tão importante que o celebres.
O 25 DE ABRIL EM 10 MÚSICAS
Na década de 70, foram muitos os artistas que arriscaram as suas vidas a compor e interpretar canções que criticavam a ditadura. Nesta playlist, encontram-se algumas das mais emblemáticas, a começar pelas duas que serviram de senhas na rádio para o Movimento das Forças Armadas.
- E Depois Do Adeus, de Paulo de Carvalho
- Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso
- Pedra Filosofal, de Manuel Freire
- Portugal Ressuscitado, de Fernando Tordo
- A Cantiga É Uma Arma, de José Mário Branco
- Somos Livres, de Ermelinda Duarte
- Liberdade, de Sérgio Godinho
- Uns Vão Bem E Outros Mal, de Fausto
- Portugal, Portugal, de Jorge Palma
- Tanto Mar, de Chico Buarque
O 25 DE ABRIL EM 10 LUGARES
- Largo do Carmo, Lisboa
O local que marcou o triunfo da Revolução, na madrugada de 25 de Abril de 1974.
- Terreiro do Paço, Lisboa
Um dos sítios mais simbólicos da Revolução, onde se comemora anualmente a liberdade.
- Memorial ao 25 de Abril, Grândola
Numa das entradas da «Vila Morena», sobre a qual cantava José Afonso, podes visitar um Memorial ao 25 de Abril, com a pauta musical de Grândola, Vila Morena.
- Ponte 25 de Abril, Lisboa
Antes da Revolução, chamava-se Ponte Salazar, agora é um símbolo da liberdade.
- Avenida da Liberdade, Lisboa
Todos os anos, milhares de pessoas descem a Avenida da Liberdade no dia 25 de Abril, de cravo na mão.
- Parque Eduardo VII, Lisboa
No mesmo parque onde decorre anualmente a Feira do Livro de Lisboa, podes encontrar um monumento ao 25 de Abril, do escultor José Cutileiro.
- Museu de Aljube — Resistência e Liberdade
A antiga Cadeia do Aljube é, desde 2015, um museu dedicado à memória do combate à ditadura e à luta pela liberdade. Tem entrada livre todos os domingos e feriados até às 14 horas para residentes no concelho de Lisboa.
- Assembleia da República, Lisboa
A morada oficial da democracia portuguesa.
- Museu Nacional Resistência e Liberdade, Peniche
Na Fortaleza de Peniche, onde vários opositores da ditadura estiveram presos, foi inaugurado, em 2017, o Museu Nacional Resistência e Liberdade. O acesso é gratuito, mas encontra-se temporariamente encerrado para obras.
- Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa
Se quiseres ver em pessoa os famosos cartazes que a pintora Maria Helena Vieira da Silva pintou em homenagem ao 25 de Abril, podes encontrá-los neste museu. A entrada é gratuita todos os domingos, para residentes em Portugal.
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