Hoje na
Revista Visão podemos
ler este artigo de opinião sobre o uso desmesurado dos ecrãs por parte de bebés, crianças e jovens. Decidi partilhar aqui no blogue porque vai ao encontro do que eu penso, mas também vai ao encontro da linha de pensamento do neurocientista e autor
Michel Desmurget.
Aqui fica um excerto desse artigo:
"(...) Parecem fechados para dentro, mas estão de portas escancaradas para o mundo. Os desconhecidos entram-lhes no quarto a meio da noite. As crianças a quem costumávamos ensinar a não aceitar doces de estranhos passam agora horas a falar com eles, confessando-lhes os segredos, aprendendo-lhes os valores, seguindo-lhes os exemplos nos vídeos de Youtube que parecem tão inofensivos, mas que não nos damos ao trabalho de ver, nos posts de Instagram, que lhes moldam os sonhos, nas dancinhas do Tik Tok, que os absorvem até à alienação. Não admira que deixemos de reconhecer os filhos que, no fundo, não criámos.
A vida torna-se num jogo de recompensas imediatas. A gratificação tem de ser instantânea. E se for só um bocadinho? O ex-editor da revista Wired Chris Anderson disse uma vez que, numa escala do açúcar ao crack, os ecrãs estão mais perto do crack. “Os jogos hoje não são como os do nosso tempo. Nós jogávamos contra o computador. Os miúdos jogam em rede e o jogo não tem fim”, explica-me um amigo engenheiro informático, garantindo que estes novos videojogos são desenhados para ser altamente aditivos. “Está fora de questão deixar os meus filhos jogar online antes dos 16 anos”.
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