WOOKACONTECE: "Aqui", a arrebatadora novela gráfica, chega aos cinemas em sintonia com o tempo

 

Capa do livro


    Aqui, do ilustrador e realizador norte-americano Richard McGuire, é um livro que arrebata o leitor pela forma como consegue estender infinitamente o tempo, em camadas sobrepostas de pequenos e grandes momentos, enquadradas numa miríade fascinante de “capturas” da vida, sempre a partir do mesmo ponto de fuga. McGuire, conhecido pelas capas do The New Yorker, dedicou 15 anos a escrever este livro para nos levar dos primórdios da Terra até à extinção da Humanidade, embora não por esta ordem... A abordagem confere uma nova dimensão à narrativa visual, afastando-se da tradicional leitura de cima para baixo e da esquerda para a direita das bandas desenhadas. Também a paleta de cores surpreende com a sua gama de variados tons e texturas, numa interpretação visual da memória e da compreensão humanas da passagem do tempo e, com ele, da finitude da vida.
    Sublimemente imagético, Aqui parecia pedir para ser um filme, e Robert Zemeckis, que sentiu isso mesmo, tomou em mãos a tarefa de dar movimento a essa «meditação sobre o facto de tudo estar constantemente em movimento e de nada ser permanente». Tenha-se em conta que Zemeckis é o mesmíssimo realizador de blockbusters como Regresso ao Futuro ou Forrest Gump, e começa-se a ter uma ideia do que a sua mais recente produção oferece. Todo o filme é contado a partir de um ponto de vista fixo, através de várias épocas. A câmara nunca se move. Mas o que capta e o que cria (neste caso, já com uns pozinhos de magia da Inteligência Artificial) é, no mínimo, surpreendente. O livro, é-o ainda mais.





📚 10 livrarias a não perder


Olá, 

Tanto em Portugal como lá fora são muitas as livrarias que resistem ao tempo e que se tornam marcos da vida literária de muitas pessoas, desde escritores a leitores.

Esta é uma seleção de 10 desses espaços que merecem visita: 

Em Portugal

A Bertrand do Chiado foi distinguida pelo Guinness World Records como "a livraria mais antiga do mundo em funcionamento". São sete salas com nomes de escritores portugueses — Aquilino Ribeiro, José Saramago, Eça de Queiroz, Almada Negreiros, Alexandre Herculano e Sophia de Mello Breyner — e um café que evoca Fernando Pessoa.

Considerada a "livraria mais bonita do mundo", a Livraria Lello transporta consigo "mais de um século de história e de estórias, embebido no espaço arquitetónico e também no saber livreiro". Foi um dos lugares de inspiração de J. K. Rowling para criar a saga Harry Potter.

Esta livraria, que ocupa um antigo quartel de bombeiros, junta livros a um mercado com produtos biológicos. A maioria das obras está assente em estantes criadas por caixas de fruta reaproveitadas. Um espaço especializado em obras usadas e edições de autor, mas onde também se encontram livros novos.

Uma das maiores livrarias de Portugal, tem também uma particularidade: todos os livros estão expostos pela capa e não pela lombada — e muitas das edições existentes não estão disponíveis em mais nenhuma livraria do país. Sediada num antigo palácio, é também possível ver-se tetos decorados com talha dourada e outros pormenores característicos do edifício original.

Mais do que uma livraria independente, este espaço em Braga junta exposições, apresentações de livros, debates, concertos, animações infantis e ateliers. Situada na Casa Rolão, um exemplar de arquitetura civil do século XVIII, em estilo barroco, tem também um jardim e uma cafetaria.


E no estrangeiro

Localizada no centro da capital islandesa, esta livraria completa-se com um bar e restaurante. Com títulos internacionais disponíveis nas estantes, à noite ganha música ao vivo em alguns dias da semana.

Escondida num beco entre a Praça de S. Marcos e a Ponte Rialto, esta livraria torna-se um ponto de referência por estar numa zona em que a água entra no outono e inverno. Por isso, os livros são salvaguardados dentro de gôndolas, canoas e banheiras.

Situada na centenária Igreja Dominicana de Maastricht, esta livraria espalha-se por todo o edifício. É também local de sessões de autógrafos, debates, palestras, entrevistas e até concertos. A livraria conta ainda com um departamento musical.

A Fourth Avenue, em Nova Iorque, é casa da livraria conhecida por ter "18 milhas de livros", o que equivale a cerca de 29 quilómetros. Ali encontram-se livros novos, usados e edições raras, bem como outro tipo de artigos, desde vinil, vestuário e material de papelaria.

A maior livraria da América do Sul encontra-se num antigo teatro, que mantém a decoração e estrutura intactas. No edifício, até o palco foi aproveitado e deu origem a um bar onde os livros também têm parte importante.

Boas leituras, 

Alexandra Antunes



Portal da Literatura: livros em destaque

 


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A tecnologia pode ganhar em muita coisa, mas a febre das livrarias ainda existe

 



    Ler está na moda — e ir às livrarias também. Folhear as páginas dos livros, ver o tamanho da letra e perceber o tipo de vocabulário são fatores importantes no momento da escolha. A compra online está a aumentar, mas há mesmo quem prefira a experiência física, que se torna "mais rica e pessoal" e permite a fuga a "filtros ou algoritmos". O SAPO24 falou com leitores entre os 15 e os 29 anos para perceber o que os leva a mergulhar nestes espaços onde os livros ganham uma vida diferente. A esse propósito, deixa também uma lista de 10 livrarias que vale a pena conhecer.
    Numa época digital, o mundo físico ainda ganha em alguns temas. E assim é no que toca às livrarias e à compra de livros. Em setembro, um estudo da Nielsen/GfK, encomendado pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), concluía que "os livros em papel dominam o mercado (97%), ainda que o digital tenha crescido ligeiramente face ao passado". Além disso, "as lojas físicas são o principal canal de aquisição de livros (86%), sendo que o canal online ultrapassa os 40% enquanto local de compra".

Por Alexandra Antunes



👉 Ler Artigo Completo Aqui.




📚 Escrever "é quase como uma atividade para expiar todos os fantasmas".

Olá, 

Um jurista que é escritor ou um escritor que é jurista. Francisco Mota Saraiva diz que escreve como quem tem "dois empregos que obrigam a uma vigilância constante". O empenho dura há vários anos e já foi reconhecido com galardões. 

Tem um livro publicado, venceu dois prémios e há uma nova obra a caminho das livrarias. Nascido em Coimbra, em 1988, e licenciado em Direito, com um mestrado em Direito e Gestão, Francisco Mota Saraiva tem trabalhado como jurista e consultor, mas a literatura ocupa o lugar de um segundo emprego.

Francisco Mota Saraiva

Nesse mundo paralelo que ocupa a sua vida, tem passado por experiências que consolidam a vontade em escrever mais e mais: em 2021, foi-lhe concedida uma bolsa de criação literária, pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, e, em 2023, uma residência literária pela Fundação Eça de Queiroz. Sobre estas experiências, conta ao SAPO24 que a grande mais-valia foi ter conseguido perceber "aquilo que é estar durante um longo período dedicado exclusivamente à escrita".

Com livros na gaveta, o autor confessa estar ainda a aproveitar os primeiros meses de publicação do seu primeiro livro, vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2023, publicado em setembro deste ano — mas já de olho na próxima publicação em 2025, desta vez da obra vencedora do Prémio Saramago 2024.

Esta é uma conversa sobre livros, perseverança e as rejeições de editoras até chegar ao sucesso e desafios da entrada no mundo da literatura. Afinal, para quem escreve há sempre a "necessidade de escrever, de ter uma voz — ou centenas de vozes".

Leia a entrevista na íntegra neste link

Boas leituras, 

Alexandra Antunes