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📚 10 livrarias a não perder


Olá, 

Tanto em Portugal como lá fora são muitas as livrarias que resistem ao tempo e que se tornam marcos da vida literária de muitas pessoas, desde escritores a leitores.

Esta é uma seleção de 10 desses espaços que merecem visita: 

Em Portugal

A Bertrand do Chiado foi distinguida pelo Guinness World Records como "a livraria mais antiga do mundo em funcionamento". São sete salas com nomes de escritores portugueses — Aquilino Ribeiro, José Saramago, Eça de Queiroz, Almada Negreiros, Alexandre Herculano e Sophia de Mello Breyner — e um café que evoca Fernando Pessoa.

Considerada a "livraria mais bonita do mundo", a Livraria Lello transporta consigo "mais de um século de história e de estórias, embebido no espaço arquitetónico e também no saber livreiro". Foi um dos lugares de inspiração de J. K. Rowling para criar a saga Harry Potter.

Esta livraria, que ocupa um antigo quartel de bombeiros, junta livros a um mercado com produtos biológicos. A maioria das obras está assente em estantes criadas por caixas de fruta reaproveitadas. Um espaço especializado em obras usadas e edições de autor, mas onde também se encontram livros novos.

Uma das maiores livrarias de Portugal, tem também uma particularidade: todos os livros estão expostos pela capa e não pela lombada — e muitas das edições existentes não estão disponíveis em mais nenhuma livraria do país. Sediada num antigo palácio, é também possível ver-se tetos decorados com talha dourada e outros pormenores característicos do edifício original.

Mais do que uma livraria independente, este espaço em Braga junta exposições, apresentações de livros, debates, concertos, animações infantis e ateliers. Situada na Casa Rolão, um exemplar de arquitetura civil do século XVIII, em estilo barroco, tem também um jardim e uma cafetaria.


E no estrangeiro

Localizada no centro da capital islandesa, esta livraria completa-se com um bar e restaurante. Com títulos internacionais disponíveis nas estantes, à noite ganha música ao vivo em alguns dias da semana.

Escondida num beco entre a Praça de S. Marcos e a Ponte Rialto, esta livraria torna-se um ponto de referência por estar numa zona em que a água entra no outono e inverno. Por isso, os livros são salvaguardados dentro de gôndolas, canoas e banheiras.

Situada na centenária Igreja Dominicana de Maastricht, esta livraria espalha-se por todo o edifício. É também local de sessões de autógrafos, debates, palestras, entrevistas e até concertos. A livraria conta ainda com um departamento musical.

A Fourth Avenue, em Nova Iorque, é casa da livraria conhecida por ter "18 milhas de livros", o que equivale a cerca de 29 quilómetros. Ali encontram-se livros novos, usados e edições raras, bem como outro tipo de artigos, desde vinil, vestuário e material de papelaria.

A maior livraria da América do Sul encontra-se num antigo teatro, que mantém a decoração e estrutura intactas. No edifício, até o palco foi aproveitado e deu origem a um bar onde os livros também têm parte importante.

Boas leituras, 

Alexandra Antunes



📚 Escrever "é quase como uma atividade para expiar todos os fantasmas".

Olá, 

Um jurista que é escritor ou um escritor que é jurista. Francisco Mota Saraiva diz que escreve como quem tem "dois empregos que obrigam a uma vigilância constante". O empenho dura há vários anos e já foi reconhecido com galardões. 

Tem um livro publicado, venceu dois prémios e há uma nova obra a caminho das livrarias. Nascido em Coimbra, em 1988, e licenciado em Direito, com um mestrado em Direito e Gestão, Francisco Mota Saraiva tem trabalhado como jurista e consultor, mas a literatura ocupa o lugar de um segundo emprego.

Francisco Mota Saraiva

Nesse mundo paralelo que ocupa a sua vida, tem passado por experiências que consolidam a vontade em escrever mais e mais: em 2021, foi-lhe concedida uma bolsa de criação literária, pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, e, em 2023, uma residência literária pela Fundação Eça de Queiroz. Sobre estas experiências, conta ao SAPO24 que a grande mais-valia foi ter conseguido perceber "aquilo que é estar durante um longo período dedicado exclusivamente à escrita".

Com livros na gaveta, o autor confessa estar ainda a aproveitar os primeiros meses de publicação do seu primeiro livro, vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2023, publicado em setembro deste ano — mas já de olho na próxima publicação em 2025, desta vez da obra vencedora do Prémio Saramago 2024.

Esta é uma conversa sobre livros, perseverança e as rejeições de editoras até chegar ao sucesso e desafios da entrada no mundo da literatura. Afinal, para quem escreve há sempre a "necessidade de escrever, de ter uma voz — ou centenas de vozes".

Leia a entrevista na íntegra neste link

Boas leituras, 

Alexandra Antunes







📚 Todos temos um livro que nos marca

 

Olá, 

Todos temos livros que nos marcam. Seja pela história, pelas personagens ou pela altura da vida em que são lidos. 

Com os escritores não é diferente e, nesse sentido, 28 escritores de língua portuguesa partilham com os leitores quais foram as obras literárias que mais os marcaram, num livro editado pela Tinta-da-China, cujos direitos revertem a favor do Mbongi 67, um coletivo artístico da Damaia.

“O que leem os escritores” chega às livrarias no dia 28 de novembro e é uma “carta de amor aos livros” e uma “ode à leitura e às histórias que nos formam”.

O livro nasceu de um desafio lançado pela editora aos autores que publica, para escreverem um texto original sobre um livro que os tenha marcado: aquele a que voltam várias vezes, aquele que os fez descobrir a leitura, aquele que os acompanhou numa viagem especial ou aquele que nunca lhes saiu da cabeça, por exemplo.

O resultado foi um conjunto de textos originais de escritores portugueses e brasileiros, entre os quais se contam A.M. Pires Cabral, Dulce Maria Cardoso, Gustavo Pacheco, Luísa Costa Gomes, Margarida Vale de Gato, Rosa Oliveira ou Rui Cardoso Martins.

Andreia Faria, Antonio Prata, Catarina Gomes, Eliane Robert Moraes, Francisco Bosco, Giovana Madalosso, Natalia Timerman, Paulo Scott, Pedro Mexia, Raquel Nobre Guerra, Ruy Castro, Tati Bernardi, Tatiana Faia, Tiago Ferro e Valério Romão são outros autores que assinam a obra.

A jornalista Ana França, o fotógrafo e artista visual Daniel Blaufuks, a cantora Marta Hugon, o dramaturgo José Maria Vieira Mendes, o político e historiador Rui Tavares e o ator e humorista Gregorio Duvivier são os nomes que completam a lista.

E por aí? Qual é o livro que mais marcou? 

Boas leituras, 

Alexandra Antunes


📚 Dos monstros aos santos. Há leituras para todos os gostos.

 

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Olá, 

Em vésperas de Halloween e de Dia de Todos os Santos, é tempo de ver onde andam os maus e os bons da literatura. 

Para quem gosta de terror a sério ou apenas de histórias com uma pitada de sustos e sobrenatural, estas são algumas sugestões de leitura para estes dias: 

"A Festa das Bruxas", de Agatha Christie — Numa festa da Noite das Bruxas, Joyce, uma jovem fã de livros policiais, confessa ter já assistido a um assassinato. Mas ela tem fama de contadora de histórias mirabolantes e ninguém lhe presta atenção. Porém, quando Joyce é encontrada morta nessa mesma noite, todos se perguntam se esta última história não teria um fundo de verdade.

"Carrie", de Stephen King — Cinquenta anos depois da primeira edição, esta continua a ser a história de Carrie White, a rapariga inadaptada do liceu em Chamberlain, no Maine, que descobre gradualmente que consegue provocar o movimento de objetos apenas com o poder da mente. O seu dom, mas também a sua maldição, é firmemente reprimido, como tudo o resto em Carrie. Subjugada por uma mãe dominadora e ultrarreligiosa e atormentada pelos colegas na escola, o seu desejo para se integrar conduzirá a um confronto dramático durante a noite do baile de finalistas.

"O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde", de Robert Louis Stevenson — Esta é a história de um reputado médico, Dr. Jekyll, que inventa uma fórmula química capaz de isolar a maldade da sua personalidade. Esta descoberta permite-lhe alimentar um impulso antigo e vaguear pela noite, livre de quaisquer constrangimentos morais, espalhando o terror na cidade.

Por outro lado, para quem prefere referências sobrenaturais, mas numa perspetiva mais divina, há também várias obras disponíveis: 

"Joana D'Arc", de Mark Twain — Uma mera criança, ignorante, iletrada, uma pobre aldeã desconhecida e sem influência, encontrou uma grande nação acorrentada, indefesa e sem esperança sob domínio alheio, o Tesouro falido, os soldados desalentados e dispersos, o espírito entorpecido, a coragem morta no coração do povo graças a longos anos de ultraje e de opressão estrangeira e interna, o seu rei intimidado, resignado ao destino e preparando-se para abandonar o país. E ela pousou a mão sobre esta nação que se ergueu e a seguiu. 

"A Cabana", de Wm. Paul Young — As férias de Mackenzie Allen Philips com a família na floresta do estado de Oregon tornaram-se num pesadelo. Missy, a filha mais nova, foi raptada e, de acordo com as provas encontradas numa cabana abandonada, brutalmente assassinada. Quatro anos mais tarde, Mack, mergulhado numa depressão da qual nunca recuperou, recebe um bilhete, aparentemente escrito por Deus, convidando-o a voltar ao local — e a sua vida muda para sempre. 

"Conclave", de Robert Harris — O Papa morreu. Por detrás das portas trancadas da Capela Sistina, cento e dezoito cardeais vindos de todo o planeta preparam-se para votar na eleição mais secreta do mundo. São homens santos. Mas têm ambições. E têm rivais. Ao fim das próximas setenta e duas horas, um deles tornar-se-á a figura espiritual mais poderosa da Terra.

Boas leituras, 

Alexandra Antunes





📚 Mafalda faz 60 anos e há várias formas de fazer a festa

 

O autor argentino Joaquín Salvador Lavado, conhecido como Quino, criou uma personagem que se tornou numa das mais improváveis comentadoras políticas da atualidade, Mafalda, uma menina que detestava sopa, adorava os Beatles e tinha monólogos preocupados e existencialistas, em frente a um globo terrestre.

Entretanto, passaram 60 anos e, para assinalar esta data da irreverente e contestatária Mafalda, a Iguana, chancela da Penguin Random House, reedita em Portugal todas as suas tiras numa nova edição.

"Toda a Mafalda" é uma "edição completa que reúne todos os desenhos e tiras que Quino, o seu brilhante criador, fez da sua personagem mais querida. Com prefácio de Umberto Eco, que considera a Mafalda 'a heroína do nosso tempo', esta edição inclui uma contextualização histórica das tiras, homenagens de personalidades internacionais e portuguesas do mundo das artes e do espetáculo, entre outros materiais inéditos, que nos mostram que, após sessenta anos, as observações ousadas e perspicazes da Mafalda continuam tão pertinentes como nunca", lê-se na sinopse da obra.

O livro conta ainda com diversa informação que ajuda a contextualizar a personagem e os acontecimentos históricos da época.

Para quem não se quiser aventurar nas tiras completas, há sempre a hipótese do livro "O Indispensável da Mafalda". E mais: há uma opção para crianças — "Mafalda para miúdos" — e outra para quem se quiser centrar no feminismo — "Mafalda: Feminino Singular".

Além disso, as comemorações continuam no festival Amadora BD que, entre 17 e 27 de outubro, apresenta uma exposição dedicada a Mafalda, onde os leitores poderão entrar no universo no qual vive, pensa, protesta e se revolta – e que, apesar do tempo passado, continua atual.

Sobre o autor, Quino, de recordar que morreu em setembro de 2020, na sequência de um acidente vascular cerebral.

Filho de espanhóis, nascido em Mendoza, em 1932, Joaquín Salvador Lavado desenhou e publicou vários livros de desenho gráfico para um público mais adulto, nos quais predomina um humor corrosivo e negro sobre a realidade social e política.

Quino imaginou Mafalda para um anúncio publicitário a uma marca de eletrodomésticos, para o qual lhe pediram que desenhasse a história de uma família típica da classe média.

A banda desenhada não chegou a ser publicada, mas Quino recuperou a personagem Mafalda quando o convidaram para publicar no Primera Plana, na altura um jornal que procurava fazer uma reflexão crítica da atualidade argentina e internacional. Foi a 29 de setembro de 1964 que Mafalda surgiu.

Das tiras de Quino saíam comentários sobre a ordem do mundo, a luta de classes, o capitalismo e o comunismo, mas também, de forma mais subtil, sobre a situação política e social argentina.

Quino deixou de desenhar Mafalda em 1973, admitindo ter ficado extenuado, e continuou a desenhar e a publicar outros desenhos de humor, compilados em diversos álbuns, mas foi a criança contestatária que mais fez espalhar o seu nome e o seu trabalho pelo mundo.

Em 2016, numa entrevista à agência Efe, por ocasião da Feira do Livro de Buenos Aires, Quino afirmava que o mundo atual seria para a personagem Mafalda "um desastre e uma vergonha".

"Olhando as coisas que fiz todos estes anos, percebo que digo sempre as mesmas coisas e que continuam atuais. É terrível… não?", referiu Quino, a propósito dos seus temas de sempre: "A morte, a velhice, os médicos e outras coisas", como as injustiças sociais, a pobreza.

Boas leituras, 

Alexandra Antunes