Mostrar mensagens com a etiqueta Cultura. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cultura. Mostrar todas as mensagens

Barómetro WOOK – Hábitos de Leitura 2024


A 1ª edição do Barómetro WOOK – Hábitos de Leitura, realizado pela Universidade Católica Portuguesa para a WOOK em setembro de 2024, confirma que a leitura continua viva no quotidiano dos portugueses. Os dados mostram que, embora ainda estejamos abaixo da média de certos países europeus, há sinais claros de crescimento — e são os jovens que mais impulsionam esta tendência. Entre hábitos, preferências, tempos dedicados e influências, há muito para descobrir sobre a forma como Portugal lê.

• Quem lê e quanto lê

Do total de inquiridos, 67% afirmam ler com regularidade. Mais de metade (53%) lê entre 1 e 5 livros por ano, enquanto 18% lê entre 6 e 10. O destaque vai para os jovens entre os 18 e os 24 anos: 39% indicou ler mais de 10 livros por ano, e 23% chegam a ultrapassar os 20 títulos — valores muito superiores aos registados noutras idades. São seguidos pelo grupo dos jovens adultos, entre os 25 e os 34 anos, em que 28% leem mais do que 10 livros por ano. Segundo Rui Aragão, diretor da Wook, há uma tendência clara de subida do mercado editorial, que este ano registou um impulso de 10%, e que «tem como principais responsáveis os jovens».

• Tempo e formato

Em média, os portugueses dedicam 4,8 horas por semana à leitura. A faixa etária dos 25-34 anos é a mais assídua, passando pelo menos 8 horas semanais a ler, ao passo que a dos 45 aos 64 anos revela hábitos mais esporádicos.
Quanto ao formato, o livro físico mantém a supremacia: 81% preferem-no ao digital. Entre os que leem no ecrã, o smartphone é o suporte mais comum (58%). A leitura digital é mais popular entre os 35-44 anos (29% dos inquiridos), mas também se destaca nos grupos dos 25-34 e 55-64 anos. «O contacto com o livro físico continua a ter um peso emocional e cultural muito forte, mas a diversificação da oferta digital também ajuda a captar novos leitores», observa o diretor da Wook.

• Línguas e motivações

A língua nacional domina: 90% dos inquiridos leem em português e 64% fazem-no exclusivamente. Um em cada cinco lê também em inglês, sobretudo entre as gerações mais jovens. As principais razões para recorrer a outras línguas incluem a inexistência de versão portuguesa (18%), necessidades profissionais (16%) e o desejo de ler a obra original sem esperar pela versão portuguesa. Apenas 2% leem exclusivamente em inglês.

• Influências nas escolhas

Apesar da crescente presença de booktokers e bookstagrammers, as escolhas literárias continuam a ser moldadas, sobretudo, por círculos próximos: 29% seguem sugestões de amigos e 22% ouvem familiares. Apenas 6% assumem seguir influenciadores digitais na hora de decidir que livro comprar. Um dado que surpreendeu a Wook, segundo Rui Aragão, dada a reputação da relação dos jovens com essas figuras da esfera digital, mas que ainda assim devem ser vistas como uma oportunidade. Para o diretor da Wook, «mais do que a plataforma, conta a confiança», já que as escolhas são feitas com base em vozes que os leitores consideram credíveis».

• Quando e onde lemos

A leitura acontece, maioritariamente, em casa (86% dos participantes) e à noite (58%). A tarde é o segundo momento mais popular (21%). Apenas 4% afirmam ler sobretudo nos transportes públicos, ao ar livre ou no local de trabalho.

O crescimento do mercado editorial português no último ano foi impulsionado por uma nova geração de leitores que consome livros com entusiasmo e regularidade. Embora ainda haja caminho a percorrer para atingir os níveis de países como a França, onde os leitores mais assíduos devoram dezenas de livros por ano, Portugal vive um momento de renovado interesse pela leitura. E, ao que parece, a história dos próximos capítulos será escrita, em grande parte, pelas mãos dos mais jovens.

Consulte o barómetro completo neste link.

💚💜

WOOKACONTECE: "A síndrome do livro da mesa de cabeceira"


Há livros que não se leem. Permanecem. Instalam-se na mesa de cabeceira com um ar de continuidade discreta, como se fizessem parte do mobiliário emocional. Não são propriamente “livros em leitura” nem “livros por ler”. São objetos simbólicos, carregados de intenções, hesitações e expectativas. Como relíquias silenciosas daquilo que se deseja ler — mas raramente se lê.
Esta presença constante deu origem a um fenómeno não documentado nos manuais de biblioteconomia, mas amplamente reconhecido entre leitores compulsivos: a síndrome do livro da mesa de cabeceira.
Pode apresentar-se de várias formas. O clássico dos clássicos é o livro de autor consagrado e de reputação intimidante. Um Pirandello, um Bulgákov, um Edgar Allan Poe. São livros que tanto nutrem o espírito como refletem o gosto e a sensibilidade intelectual de quem os lê.
Depois, há os livros de autoajuda. O Poder do Agora, Manhãs Milagrosas. Títulos que prometem iluminar a existência em poucas páginas. São colocados na mesa de cabeceira como amuletos de desenvolvimento pessoal. O simples facto de estarem ali transmite a ideia de que se está “num caminho de evolução”, mesmo que esse caminho não avance para lá do índice.
Segue-se a categoria dos livros-presente. Poesia? Os que foram oferecidos com carinho — ou com culpa — e que, por respeito ao gesto, se mantêm em exibição constante. Não se leem por afinidade, mas por obrigação afetiva.
Existem ainda os livros-temporada. Títulos que chegaram em momentos específicos — separações, mudanças de vida, desafios existenciais — e que, apesar de ultrapassada a fase, permanecem como lembrança. São livros que se transformam em âncoras emocionais: não servem tanto para serem lidos, mas para recordar quem se era quando se pensou iniciar a leitura.
E depois, há os livros utilitários: dicionários, antologias, devocionários, agendas literárias. Livros que se usam pontualmente, mas que, na prática, acumulam pó em repouso quase litúrgico.
A síndrome manifesta-se também na forma como se lida com esses livros: vira-se a lombada para a frente, empilha-se com cuidado, muda-se de lado conforme a disposição da luz ou do copo de água noturno. Há quem mantenha um marcador entre as páginas há mais de um ano, na esperança de retomar a leitura «assim que houver tempo». O marcador é um gesto de fé.
O que estes livros têm em comum é que não incomodam. Não pressionam. Não exigem. Estão ali como promessas de uma versão mais atenta, mais culta ou mais organizada de quem os colocou ali. E é talvez isso que mais importa: o livro da mesa de cabeceira não é apenas um livro, é um espelho. Revela padrões, expectativas e até frustrações.
O leitor que acumula livros de espiritualidade revela uma busca de sentido. O que coleciona romances históricos de 500 páginas pode estar à espera do momento «certo» para mergulhar com tempo. O que tem um compêndio técnico provavelmente sonha com uma versão mais disciplinada de si mesmo. E o que tem uma pilha eclética, em permanente desequilíbrio, talvez seja alguém dividido entre múltiplos interesses e incapaz de fazer escolhas definitivas.
Curiosamente, poucos desses livros acabam por ser lidos até ao fim. A mesa de cabeceira transforma-se, então, numa espécie de zona neutra da leitura — um limbo entre a intenção e a ação. É o lugar onde o livro repousa quando já não é novidade, mas ainda não foi abandonado. Um território de transição, onde a leitura é adiada. Indefinidamente?
A crítica mais comum — e talvez mais injusta — é considerar esse gesto um fracasso. Mas há outro olhar possível: talvez o valor de um livro não resida apenas na sua leitura, mas na ideia de que pode, a qualquer momento, ser lido. O livro da mesa de cabeceira representa o desejo de continuar a aprender, a sentir, a crescer. Mesmo que o dia nunca chegue.
O livro da mesa de cabeceira é um ritual contemporâneo. Um símbolo do modo como nos relacionamos com o tempo, com o saber e connosco próprios. Um gesto que diz: «Ainda acredito que vou ler isto.» E essa crença, por si só, é já literatura em potência.
 

Por Analita Alves dos Santos, no blogue WOOKACONTE.


Jornal de Notícias: "Amy Winehouse - espólio na Livraria Lello e música em Lisboa e no Porto"

 

The Amy Winehouse Band é um septeto em que sobressai a voz da intérprete Bronte Shande

A Livraria Lello (Porto) continua a destacar-se no ramo livreiro pela sua inovação! Desta vez é notícia porque adquiriu a coleção pessoal de livros da artista falecida Amy Winehouse. A administradora da Livraria Lello, Aurora Pinto, confessa que a coleção permite vislumbrar "a identidade de uma jovem e de uma artista que espelhava inquietude, procurando a companhia de livros em que as temáticas da procura e do desassossego estão muito presentes".
Esta coleção poderá ser vista pelo público em geral na Sala Gemma, espaço dedicado a exposições e apresentações da Livraria.

Jornal PÚBLICO: "Partilhar estantes é uma forma de salvar livrarias no Japão (e vender livros mais interessantes)"

Livrarias partilhadas no Japão

No Jornal Público encontrei esta notícia interessante sobre uma solução inovadora de salvar livrarias japonesas através da partilha de estantes. De facto, segundo a Fundação da Indústria Editorial do Japão para a Cultura, entre outubro de 2022 e março de 2024 fecharam mais de 600 livrarias físicas. Foi criado o ano passado, pelo Ministério da tutela, um grupo de trabalho para estudar quais as melhores medidas de apoio às livrarias: "as livrarias são um centro de transmissão cultural e são ativos extremamente importantes para a sociedade, ao manterem a diversidade de ideias e influenciar o poder nacional."
O conceito tem por base a partilha do espaço. Pessoas singulares e empresas podem vender obras novas ou usadas em espaços alugados partilhados. Entre as centenas de arrendatários de prateleiras, que pagam entre 30€ a 58€ por mês, encontram-se pessoas particulares, empresas de tecnologias de informação e pequenas editoras. Cada uma dessas prateleiras é como se fosse a versão física de um perfil nas redes sociais.
Esta ideia está a gerar uma onda de satisfação nas comunidades onde muitas livrarias fecharam porque oferece escolhas mais ecléticas do que aquelas sugeridas por algoritmos das lojas online.


😉👍

____
Fonte: Folha de São Paulo. (2025, Janeiro 30). Partilhar estantes é uma forma de salvar livrarias no Japão (e vender livros mais interessantes). Jornal Público.
https://www.publico.pt/2025/01/30/p3/noticia/partilhar-estantes-forma-salvar-livrarias-japao-vender-livros-interessantes-2120716

VISÃO SE7E: "Livrarias em segunda mão: 9 moradas que põem os livros manuseados a circular"

Preços acessíveis, títulos e autores inusitados, edições recentes e obras que já saíram de circulação. De tudo isto se fazem estas 9 livrarias em Lisboa e Cascais, que dão uma nova oportunidade aos livros manuseados.



Livraria Castro e Silva
Avenida Almirante Reis, 89D, Lisboa
Seg-Dom 9h30-20h
__________________________________________________________________

Livraria Solidária de Carnide
Espaço Boutique da Cultura, Av. Colégio Militar - Lisboa
seg-sex: 9h30-13h / 14h30-22h
sáb-dom: 10h-13h / 14h-18h
___________________________________________________________________

Stuff Out
Rua da Quintinha, 70 C - Lisboa
seg-dom: 10h-18h
_____________________________________________________________

Livraria Inquieta
Rua de Campolide, 94 B - Lisboa
ter-sex: 10h-19h / sáb. 10h-18h / dom. 10h-17h

___________________________________________________________

Déjà-Lu
Pestana Cidadela Cascais - Fortaleza da Cidadela, Av. D. Carlos I - Cascais
ter-dom 12h às 19h
__________________________________________________________

Livraria Sá da Costa
Rua Garrett, 100 - Lisboa
seg-dom: 9h30-24h 
________________________________________________________

Tantos Livros
Loja 1: Av. Marquês de Tomar, 1B, Lisboa
Loja 2: Rua José Relvas, 15B, Parede (Cascais)
seg-sáb: 9h-20h / dom. 10h-14h
_________________________________________________________

Tigre de Papel
Rua de Arroios, 25 - Lisboa
seg-sex: 10h-19h30 / sáb. 10h-18h
_________________________________________________________________

Re-Read
Avenida de Roma, 61 B - Lisboa
seg-sáb: 10h-19h
__________________________________________________

É interessante conhecer estes espaços e os seus fundadores. É sinal de que os livros ainda têm importância na nossa sociedade. E enquanto assim for, estaremos todos bem. 👉 LER ARTIGO COMPLETO AQUI. 📰


________
Fonte: Belo, I, Lopes Faustino, S. (2025, janeiro 30). Livrarias em segunda mão: 9 moradas que põem os livros manuseados a circular. Visão Se7e.
https://visao.pt/visaose7e/sair/2025-01-30-livrarias-em-segunda-mao-9-moradas-que-poem-os-livros-manuseados-a-circular/#&gid=0&pid=2

BiblioLED, um serviço online de empréstimo de livros eletrónicos

 


Designada BiblioLED, esta biblioteca pública digital destina-se a todos os utilizadores inscritos nas bibliotecas municipais integradas na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), e estará disponível a partir das 15:00 da próxima segunda-feira, anunciou hoje a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), que gere o serviço.
A BiblioLED tem por objetivos "fomentar os hábitos de leitura, promover serviços de qualidade nas bibliotecas municipais, promover a literacia digital e facilitar o acesso a livros digitais e audiolivros, em complemento ao serviço presencial já oferecido pelas 445 bibliotecas" integradas na RNBP, acrescenta a DGLAB.
O catálogo inicial é constituído por "uma coleção nacional de 1500 títulos disponibilizada a todas as bibliotecas da RNBP e por 25 coleções regionais apenas acessíveis aos utilizadores em cada Rede Intermunicipal e Rede Metropolitana de Bibliotecas".
Os conteúdos disponíveis, em formato de livro digital e de audiolivro, com títulos de ficção e não ficção, são maioritariamente em língua portuguesa, indica a DGLAB.
O serviço vai estar permanentemente acessível - 24 horas por dia, sete dias por semana - por meio de 'smartphones', 'tablets', leitores 'online' e 'e-readers', a partir de qualquer lugar, sendo possível "ajustar o modo de leitura para maior conforto, modificando o tipo e o tamanho da letra, o espaçamento entre linhas e a cor do fundo".
Para aceder, basta ao leitor estar inscrito numa biblioteca municipal da RNBP, que tenha aderido ao serviço da BiblioLED.






A BiblioLED é a biblioteca pública que está consigo todos os dias, onde estiver e quando quiser!
A seleção de livros digitais e audiolivros da BiblioLED procura oferecer boas experiências de leitura a crianças, jovens e adultos!
Aceder a livros digitais e a audiolivros nunca foi tão fácil como agora com a BiblioLED, a Biblioteca Pública para a Leitura e o Empréstimo Digital! Navegue pelo nosso catálogo, descubra novos autores, conheça nas histórias e aceda, empreste, leia reserve os seus livros digitais e audiolivros preferidos no seu smartphone ou tablet, através da App móvel, no leitor online ou no e-reader.




Os maratonistas da leitura: ler muito ou ler bem?

 


Partilho este artigo de opinião de João Salazar Braga para o Jornal Expresso: «Os maratonistas da leitura: ler muito ou ler bem?» 👇

"(...) A leitura tornou-se num jogo e é dos competitivos. A sua gamificação é real e espera-se que se intensifique, porque convoca constantemente novos leitores, que aparentemente têm mais satisfação em superar os seus próprios números do que em ler um livro sem pressas ou pressões, apenas pelo prazer da leitura, que se quer bem demorado.

Ler deve descansar e não é obrigatoriamente um jogo. Trata-se de uma atividade quase sempre lúdica, que obedece a costumes muito próprios, muitas vezes inaplicáveis a outros passatempos. A perspetiva de acabar o ano com 30 ou 40 livros lidos é maravilhosa, mas a ideia de esses 30 ou 40 livros resultarem de uma obrigação autoimposta é – e permitam-me a tomada de posição – uma grandessíssima chatice: decorre de uma obsessão que, por sua vez, gera uma obrigação contínua, que pesa durante a leitura e que incomoda o leitor que lê para estar verdadeiramente despreocupado."


📚


Aproveito e remeto para outro artigo de opinião, desta vez de Bolívar Torres para O Globo «'Atletas' da leitura: entenda por que maratonas e sprints literários cresceram na pandemia».



📌 Este assunto chamou-me a atenção porque participo em desafios literários. Gosto de aliar o prazer da leitura com os objetivos dos desafios literários, mas não sou obcecada em concluí-los todos. Felizmente, a quantidade de livros por ler na minha estante não é assim tão grande porque tenho conseguido ir lendo com uma certa rotina. Mas aceito e compreendo que para algumas pessoas a leitura se tenha gamificado, talvez por serem mais competitivas e gostarem de desafios, ou simplesmente porque se sentem dessa forma motivadas para ler.
No geral, o alerta dado nestes dois artigos de opinião passa pelo desprazer em ler e pela pressão que esses leitores-maratonistas sentem para cumprir objetivos. Temos de ler, sim, mas com tempo e qualidade. 💝


📚 10 livrarias a não perder


Olá, 

Tanto em Portugal como lá fora são muitas as livrarias que resistem ao tempo e que se tornam marcos da vida literária de muitas pessoas, desde escritores a leitores.

Esta é uma seleção de 10 desses espaços que merecem visita: 

Em Portugal

A Bertrand do Chiado foi distinguida pelo Guinness World Records como "a livraria mais antiga do mundo em funcionamento". São sete salas com nomes de escritores portugueses — Aquilino Ribeiro, José Saramago, Eça de Queiroz, Almada Negreiros, Alexandre Herculano e Sophia de Mello Breyner — e um café que evoca Fernando Pessoa.

Considerada a "livraria mais bonita do mundo", a Livraria Lello transporta consigo "mais de um século de história e de estórias, embebido no espaço arquitetónico e também no saber livreiro". Foi um dos lugares de inspiração de J. K. Rowling para criar a saga Harry Potter.

Esta livraria, que ocupa um antigo quartel de bombeiros, junta livros a um mercado com produtos biológicos. A maioria das obras está assente em estantes criadas por caixas de fruta reaproveitadas. Um espaço especializado em obras usadas e edições de autor, mas onde também se encontram livros novos.

Uma das maiores livrarias de Portugal, tem também uma particularidade: todos os livros estão expostos pela capa e não pela lombada — e muitas das edições existentes não estão disponíveis em mais nenhuma livraria do país. Sediada num antigo palácio, é também possível ver-se tetos decorados com talha dourada e outros pormenores característicos do edifício original.

Mais do que uma livraria independente, este espaço em Braga junta exposições, apresentações de livros, debates, concertos, animações infantis e ateliers. Situada na Casa Rolão, um exemplar de arquitetura civil do século XVIII, em estilo barroco, tem também um jardim e uma cafetaria.


E no estrangeiro

Localizada no centro da capital islandesa, esta livraria completa-se com um bar e restaurante. Com títulos internacionais disponíveis nas estantes, à noite ganha música ao vivo em alguns dias da semana.

Escondida num beco entre a Praça de S. Marcos e a Ponte Rialto, esta livraria torna-se um ponto de referência por estar numa zona em que a água entra no outono e inverno. Por isso, os livros são salvaguardados dentro de gôndolas, canoas e banheiras.

Situada na centenária Igreja Dominicana de Maastricht, esta livraria espalha-se por todo o edifício. É também local de sessões de autógrafos, debates, palestras, entrevistas e até concertos. A livraria conta ainda com um departamento musical.

A Fourth Avenue, em Nova Iorque, é casa da livraria conhecida por ter "18 milhas de livros", o que equivale a cerca de 29 quilómetros. Ali encontram-se livros novos, usados e edições raras, bem como outro tipo de artigos, desde vinil, vestuário e material de papelaria.

A maior livraria da América do Sul encontra-se num antigo teatro, que mantém a decoração e estrutura intactas. No edifício, até o palco foi aproveitado e deu origem a um bar onde os livros também têm parte importante.

Boas leituras, 

Alexandra Antunes



A tecnologia pode ganhar em muita coisa, mas a febre das livrarias ainda existe

 



    Ler está na moda — e ir às livrarias também. Folhear as páginas dos livros, ver o tamanho da letra e perceber o tipo de vocabulário são fatores importantes no momento da escolha. A compra online está a aumentar, mas há mesmo quem prefira a experiência física, que se torna "mais rica e pessoal" e permite a fuga a "filtros ou algoritmos". O SAPO24 falou com leitores entre os 15 e os 29 anos para perceber o que os leva a mergulhar nestes espaços onde os livros ganham uma vida diferente. A esse propósito, deixa também uma lista de 10 livrarias que vale a pena conhecer.
    Numa época digital, o mundo físico ainda ganha em alguns temas. E assim é no que toca às livrarias e à compra de livros. Em setembro, um estudo da Nielsen/GfK, encomendado pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), concluía que "os livros em papel dominam o mercado (97%), ainda que o digital tenha crescido ligeiramente face ao passado". Além disso, "as lojas físicas são o principal canal de aquisição de livros (86%), sendo que o canal online ultrapassa os 40% enquanto local de compra".

Por Alexandra Antunes



👉 Ler Artigo Completo Aqui.




Eleição de Trump é "o fim de um sonho para uma América de maior igualdade". Vontade de deixar o país é "bastante grande"

O norte-americano fala numa "polarização entre o rural e o urbano"
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens (arquivo)

Richard Zimler confessa, na TSF, acreditar que a vitória de Trump representa uma "mudança psicológica muito grande" para muitos norte-americanos, que passam agora a ter "um fascista, misógino e mentiroso compulsivo" na Casa Branca. O escritor norte-americano Richard Zimler confessa estar "muito perturbado" com a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, afirmando que o "sonho para uma América de maior empatia, igualdade e solidariedade terminou".





Literatura, ou a voz dos outros



O período estival conheceu a publicação de uma Carta do Papa Francisco sobre o papel da literatura na formação. O documento foi habitado pelo desejo de pensar o contributo da literatura para a formação dos padres católicos. Mas o alcance da reflexão alargou os horizontes para o plano mais amplo da formação humana. O texto chegou sem alarido. Não mereceu o destaque de outros textos, que se apresentaram em linha com a agenda global. Mas é certo que um olhar rápido pelos media de referência, em diversos países, depressa descobre que o texto encontrou a empatia de muitas vozes, em diversos setores culturais.

Talvez seja importante recordar que os pronunciamentos autorizados da Igreja católica romana sobre literatura nem sempre foram recebidos como “boas notícias”. Tenha-se presente o famoso “Índice dos livros proibidos”, oficialmente abolido apenas em 1966. Nesse “índice”, encontravam-se reunidos autores como Stendhal, Hugo, Sand, Flaubert, Larousse, Gide, France ou Sartre. Como noutras circunstâncias, o Papa Francisco adota uma estratégia de inversão de perspetiva. Não se trata de traçar as fronteiras entre “boas ou más leituras”. Trata-se de trazer para o debate contemporâneo o papel educativo e formativo da literatura. A argumentação desta carta parte da evidência de que a literatura nos obriga a escutar a voz dos outros, descobrir o “outro” que há em nós, habitar mundos diversos, descentrando-nos e abrindo-nos à aventura da empatia. Essa é uma via de superação dos riscos de confinamento dos indivíduos na sua bolha obsessiva ou narcísica.

Por Alfredo Teixeira





WOOKACONTECE: Viva o Dia da Língua Mirandesa!



Há precisamente 26 anos, a 17 de setembro de 1998, a Assembleia da República aprovou o diploma que reconhece a língua mirandesa como segunda língua oficial portuguesa. E hoje, como ano após anos, celebra-se esta língua que orgulha não só mirandeses, como deslumbra cada vez mais pessoas por todo o país. As editoras dão também voz à língua mirandesa, e nós vimos deixar algumas sugestões de leitura para que descubra como é bonita, sonora e única – se até Astérix fala mirandês!...



Uma das pessoas que mais fez em prol da vitalidade da língua mirandesa foi Amadeu Ferreira, autor e tradutor de uma vasta obra em português e em mirandês, sob diferentes pseudónimos. A primeira obra publicada simultaneamente em português e mirandês, da sua autoria, é Tempo de Fogo, uma narrativa centrada à volta de m frade homossexual que queimado às ordens do Tribunal da Inquisição, condenado por breves amores de juventude na universitária Salamanca dos fins do século XVI.
Para conhecer a história do mirandês, o ideal é mesmo ler Mirandés - Stória Dua Lhéngua i Dun Pobo (com correspondente edição em português). Faz parte do Plano Nacional de Leitura mas é interessante para qualquer idade. Conta a história do povo mirandês na própria língua em banda desenhada, e é uma obra de José Ruy, com a coordenação e tradução para mirandês de Amadeu Ferreira.




Já imaginou ler Os Lusíadas em mirandês? Entre as traduções de Amadeu Ferreira para a língua mirandesa destacam-se Os Lusíadas integral, de Luís Vaz de Camões – sem dúvida um desafio a encarar com força de vontade, com o original em português ao lado!
Para uma leitura mais simples e breve, deleite-se com a edição comemorativa dos 25 anos da publicação de Os Lusíadas em BD, do ilutrador José Rui, publicados, para a ocasião, em mirandês: Ls Lusíadas – Banda Zenhada, pois claro.




Os pessoanos certamente terão curiosidade em ler Mensaige – aqui entende-se bem: é Mensagem, de Fernando Pessoa – em mirandês. É a primeira obra do poeta a ser traduzida e editada na nossa segunda língua, por Francisco Niebro (sim, é um dos pseudónimos de Almeida Ferreira). E acreditamos que Pessoa iria deleitar-se a ver a sua obra assim versada.




Se procura algo bem divertido para ler em mirandês, saiba que o famoso intrépido gaulês Astérix já se rendeu aos encantos desta língua antiga. Este verão, chegou às livrarias La Spadanha Branca (O Lírio Branco). Na 40ª aventura de Astérix, a aldeia gaulesa enfrenta um novo tipo de inimigo: o stress! Cansado das rotineiras pancadarias contra os romanos, o pequeno herói resolve explorar o mundo das artes marciais, aprendendo técnicas de luta que envolvem mais meditação e menos poções mágicas. Será que os nossos gauleses vão trocar os combates épicos por posturas zen? E como vai Obélix sobreviver sem o seu javali diário? Uma mistura hilariante de filosofia oriental, romanos derrotados de forma… inesperada, e, claro, muitas risadas!
E há mais quatro livros desta série em mirandês: Astérix – Galaton, Astérix I L Alcaforron, La Filha de Bercingetorix e Astérix, L Goulés.



Descubra a sonoridade e a beleza desta língua única: comece já por aqui!


Papa Francisco: a literatura educa o coração e a mente e abre à escuta dos outros

 



O VATICAN NEWS adianta que o Papa Francisco dirigiu uma carta aos candidatos ao sacerdócio, mas também aos agentes pastorais e a todos os cristãos, para sublinhar o "valor da leitura de romances e poemas no caminho do amadurecimento pessoal", porque os livros abrem novos espaços interiores, enriquecem, ajudam a enfrentar a vida e a compreender os outros.
Com a Carta sobre o papel da literatura na educação", escrita em 17 de julho e publicada a 4 de agosto, o Pontífice pretende "despertar o amor pela leitura" e, sobretudo, "propor uma mudança radical de ritmo" na preparação dos candidatos ao sacerdócio, de modo que se dê mais espaço à leitura de obras literárias. Como a literatura pode "educar o coração e a mente do pastor" para "um exercício livre e humilde da própria racionalidade" e para o "reconhecimento frutífero do pluralismo das línguas humanas", ela pode ampliar a sensibilidade humana e levar a "uma grande abertura espiritual". Além disso, a tarefa dos fiéis, e dos sacerdotes em particular, é "tocar o coração dos seres humanos contemporâneos para que eles possam se comover e se abrir diante da proclamação do Senhor Jesus", e em tudo isso "a contribuição que a literatura e a poesia podem oferecer é de valor inigualável".

👉 Ler artigo completo aqui 📢


Praias de Melides e Carvalhal já têm bibliotecas para ler à beira-mar



No site NIT podemos ler esta notícia tão boa 😀
Mais do que apanhar sol e dar mergulhos na água, a praia é também um dos melhores locais para pôr a leitura em dia e terminar finalmente aquele livro que anda há meses na estante a apanhar pó. Se por acaso passar as férias em Grândola, não precisa de andar carregado: as praias de Melides e Carvalhal já têm as famosas bibliotecas à beira-mar.
A iniciativa, que funciona com apoio de uma esplanada, disponibiliza cerca de 250 títulos (renovados mensalmente) que os banhistas podem consultar no local ou até mesmo requisitar para leitura até ao final de agosto. Com o objetivo de promover o livro e a leitura, na Biblioteca na Praia encontra de tudo um pouco: desde livros a jornais diários e revistas.
O projeto, implementado pelo município de Grândola no início da década de 90 e que regressa aos areais todos os anos, pretende “promover hábitos de leitura em tempo de férias”. Grândola foi um dos municípios pioneiros no País a implementarem este equipamento cultural numa praia.
Estes locais de leitura à beira-mar funcionam de segunda-feira a sábado, entre as 10 e as 18 horas, e são assegurados por dois jovens em cada uma das praias. Nestas bibliotecas de praia pode encontrar livros de vários géneros, jornais nacionais, regionais e locais, bem como uma variedade de revistas de informação, cultura, viagens, saúde e desporto.

********

Adoro! Excelente ideia! 💟


A WOOK faz 25 anos! 🎉

 


No 25º aniversário, queremos agradecer a todos os que sempre estiveram ao nosso lado. Desde a primeira hora, fizemos tudo para levar até si wook procura – conhecimento, romance, thriller, terror, divertimento, arte, erotismo, ação e aventura. Como é que esta história aconteceu? Siga a linha do tempo para descobrir!

1999 – “Nascemos” no final da manhã do dia 1 de julho, com o nome Webboom e com a missão de sermos a melhor livraria online do país.

2000 – O nosso primeiro fenómeno de vendas foi o livro Harry Potter e a Pedra Filosofal.

2003 – Passámos a vender livros em inglês e somos, desde então, a maior livraria online portuguesa. Alguns anos mais tarde, passamos a vender também livros em espanhol e em francês. Somos uma livraria internacional!

2008 – A marca Webboom é substituída pela WOOK e, como o novo nome, vem uma nova atitude e uma nova forma de comunciar. Wook procuras está aqui!

2011 – Passámos a disponibilizar na nossa oferta os primeiros eBooks em lingua portuguesa e em língua inglesa. Somos digitais!

2012 – O nosso primeiro grande pré-lançamento, com muitas mas muitas centenas de unidades vendidas ainda antes de o livro chegar às montras das livraias portuguesas: As Cinquenta Sombras de Grey. Felizmente, muitos se seguiram. Somos a livraria onde as novidades chegam primeiro!

2014 – Lançámos a blog literário wookacontece, ponto de encontro dos nossos leitores com os seus livros e autores favoritos, com artigos originais e entrevistas exclusivas.

2016 – A Wook atinge o marco de um milhão de clientes registados, de mais de 90 países. Na brincadeira, dizíamos internamente: somos um milhão e somos “multinacionais”!

2018 – Surge edição zero da revista literária wookacontece, um projeto que dá continuidade ao blog e é oferecido gratuitamente aos clientes de literatura da WOOK. Com um design arrojado e conteúdos apetecíveis e exclusivos, a nossa revista é já uma referência em Portugal, com a impressionante tiragem de 25.000 exemplares.

2019 – A WOOK continua a crescer e, com o objetivo de melhorar o serviço prestado aos nossos clientes e garantir entregas mais rápidas, inauguramos em setembro desse ano o nosso atual armazém robotizado.

2020 – A WOOK inicia a diversificação da sua oferta de artigos culturais, de entretenimento e lazer. Além dos 9 milhões de livros, disponibilizamos aos nosos clientes artigos de papelaria, jogos e brinquedos, música, instrumentos musicais, bilheteira, merchandising e.. gaming!

2023 – A comunidade WOOK chega a 2 milhões de leitores em 129 países. Somos um comunidade cada vez maior!

2024 – A WOOK faz 25 anos! Obrigado a todos que diariamente nos escolhem e que fazem da Wook e maior e melhor livraria online do país.

Com ajuda dos nossos colaboradores, parceiros e fornecedores que nos acompanham há mais de duas décadas, vamos continuar este caminho consigo. Porque, já sabe, wook quer, a WOOK tem!


👏😉

_________

Eu sou cliente da WOOK desde 2008. Tem sido a minha livraria online preferida. 💝



À/Parte: Uma editora para livros transformadores

 

Ana Pimentel na Feira do Livro de Lisboa


Sentada no pequeno lounge do seu quiosque, cheio de almofadas e puffs coloridos, Ana conta-nos que este “é um projeto literário concebido em torno de histórias motivacionais, que mostrem ao leitor que a mudança é sempre possível.” Mas a À/Parte não se limitará às histórias contadas em página, quer, a partir delas, construir um universo de experiências, que passe por workshops, sugestões de viagem, receitas gastronómicas relacionadas com os livros, bem como dicas para visitas a exposições ou idas ao cinema. Para isso, cada livro terá um marcador com um QR Code, que dará acesso a todo conjunto de atividades.
Nos planos de Ana Pimentel e Sara do Ó está também a realização de cursos temáticos em torno de livros seus ou de outras editoras. O primeiro será sobre empreendedorismo e a proposta é pôr as pessoas a ler cinco livros, que depois discutirão com especialistas na área. Mas não se pense que as discussões se farão apenas em torno de obras científicas ou de referência. “Também proporemos títulos de ficção, até porque há personagens que são autênticos líderes. Uma boa obra de ficção pode ser tão transformadora como um bom título de Gestão ou de Psicologia, senão mais.”
Mas há muito mais previsto, como as consultas de biblioterapia ou os diários de leitura, que são caderninhos, em que o leitor é convidado a dizer que sentimentos lhe despertou este ou aquele livro ou com quem gostaria de partilhar tais impressões. Também estará disponível, no quiosque da editora, um questionário para traçar um perfil do leitor. “Partimos de uma base de dados de 90 obras que fazem sentido em alturas diferentes da vida e as pessoas podem responder as vezes que quiserem”, diz ainda Ana Pimentel.
O propósito de todas estas iniciativas será “atrair mais pessoas para a leitura. Apesar dos números estarem a crescer, é preciso fazer muito mais para que o próprio mercado cresça e, assim, possam diminuir os custos de produção do livro, o que diminuirá também o seu preço de capa”.


👉 Ler notícia completa aqui no Diário de Notícias 👈


📚


Antes do 25 de Abril, estes 35 livros não chegariam às mãos dos leitores


A FNAC desafiou um conjunto de personalidades proeminentes da esfera cultural a formar um conselho editorial e a indicar uma seleção de livros relevantes dos dias de hoje que, há 50 anos, teriam certamente sido proibidos.
A iniciativa visa celebrar o Dia Mundial do Livro e os 50 anos do 25 de Abril, e pretende ainda estimular o debate sobre o valor da liberdade de pensamento, escrita e expressão.
O conselho editorial é composto pelo escritor e jornalista João Céu e Silva, o escritor Richard Zimler, o editor e escritor Rui Couceiro, a ex-jornalista Teresa Nicolau, o escritor Valter Hugo Mãe e o editor Zeferino Coelho, todos eles personalidades das letras, reconhecidos pelo seu compromisso com a Cultura e liberdade de expressão. Da lista de livros fazem parte mais de 35 títulos onde se incluem autores como António Lobo Antunes, Dulce Maria Cardoso, José Saramago, Miguel Esteves Cardoso, Mia Couto, Frederico Lourenço, Margaret Atwood, Maria Filomena Mónica, Maria Teresa Horta, entre muitos outros, cujas obras não teriam chegado às mãos dos leitores há 50 anos.

Para conhecer a lista dos livros escolhidos pelo conselho editorial clicar aqui.


📚🍀

 

50 ANOS DO 25 DE ABRIL: 50 COISAS QUE PRECISAS DE SABER!


Mural no Porto: "O Fiscal é PIDE. Expulssemo-lo"

Em 2024, comemoramos o 50.º aniversário de um dia muito especial na História de Portugal, o 25 de Abril de 1974, também conhecido como a Revolução dos Cravos. Para o assinalarmos, escolhemos 50 factos que precisas mesmo de saber sobre este dia para perceberes como ele foi, e continua a ser, tão importante para o nosso país.

O 25 DE ABRIL EM 10 FACTOS

  1. Portugal viveu a ditadura mais longa da História da Europa. 
    O Golpe Militar de 1926 deu início a uma ditadura* militar, que depois culminou no regime ditatorial do Estado Novo, em 1933. Os portugueses viveram 48 (longos) anos sem liberdade! 

    Nota: *No livro É Assim a Ditadura, podes ler: «A ditadura é como um ditado: um senhor diz o que se tem de fazer e todos o fazem. Só porque sim. Todos lhe obedecem porque o temem. E todos os que não o temem são castigados por ele.»

     
  2. Antes do 25 de Abril, não existia liberdade de expressão.
    Era habitual dizer-se que as paredes tinham ouvidos, pois por todo o lado existiam membros da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) à escuta, prontos para prender e castigar todos aqueles que se mostrassem insatisfeitos com o regime.

     
  3. Os livros eram considerados objetos perigosos.
    Outra função da PIDE era censurar, isto é, cortar, alterar, ou até mesmo proibir a circulação de livros que expressassem ideias contrárias às da ditadura. Ser apanhado a ler um destes livros proibidos era motivo suficiente para ir parar à cadeia.

     
  4. Os rapazes e as raparigas frequentavam escolas diferentes. 
    Quer em escolas só para rapazes, só para raparigas ou em escolas mistas com salas e recreios separados, os rapazes e raparigas não se misturavam, nem sequer nos corredores! Não é estranho imaginares isso?

     
  5. Era proibido beber Coca-Cola.
    Parece absurdo, mas não era sequer vendida em Portugal. Algumas pessoas contam que chegavam a viajar até à fronteira com Espanha só para poderem beber uma Coca-Cola fresquinha!

     
  6. Não podias votar.
    Mais grave do que a proibição da Coca-Cola, era a impossibilidade de escolheres livremente quem governava o país. Não havia eleições ou, quando as havia,eram falsificadas. Por isso, é tão importante que exerças o teu direito ao voto quando atingires a maioridade: muitas pessoas lutaram para que o tivesses! 

     
  7. O mapa de Portugal estendia-se até à Ásia.
    Nesta altura, Portugal detinha poder sobre várias colónias (por outras palavras, territórios governados pelo Estado português fora das suas fronteiras), como Angola, Moçambique, Macau ou Timor-Leste. 

     
  8. Uma guerra forçou milhares de portugueses a combater em África.
    Quando as colónias africanas começaram a exigir independência, deu-se início a uma guerra, conhecida como Guerra Colonial, que durou 13 anos (de 1961 a 1974). Custou a vida a mais de oito mil portugueses e um número indeterminado de africanos. 

     
  9. O 25 de Abril poderia ter sido o 16 de Março.
    A verdade é que esta não foi a primeira data pensada para um golpe. Houve uma primeira tentativa a 16 de março de 1974, mas a operação falhou e os envolvidos foram presos. 

     
  10. A Revolução foi feita para ti.
    Embora 1974 possa parecer uma data muito distante, uma vez que ainda não tinhas nascido, a verdade é que este dia foi feito a pensar em ti e em todos aqueles que viriam depois de ti. Por isso, é tão importante que o celebres.

 O 25 DE ABRIL EM 10 MÚSICAS

Na década de 70, foram muitos os artistas que arriscaram as suas vidas a compor e interpretar canções que criticavam a ditadura. Nesta playlist, encontram-se algumas das mais emblemáticas, a começar pelas duas que serviram de senhas na rádio para o Movimento das Forças Armadas.

  1. E Depois Do Adeus, de Paulo de Carvalho
  2. Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso
  3. Pedra Filosofal, de Manuel Freire
  4. Portugal Ressuscitado, de Fernando Tordo
  5. A Cantiga É Uma Arma, de José Mário Branco
  6. Somos Livres, de Ermelinda Duarte
  7. Liberdade, de Sérgio Godinho 
  8. Uns Vão Bem E Outros Mal, de Fausto
  9. Portugal, Portugal, de Jorge Palma
  10. Tanto Mar, de Chico Buarque

O 25 DE ABRIL EM 10 LUGARES

  1. Largo do Carmo, Lisboa
    O local que marcou o triunfo da Revolução, na madrugada de 25 de Abril de 1974.

     
  2. Terreiro do Paço, Lisboa
    Um dos sítios mais simbólicos da Revolução, onde se comemora anualmente a liberdade. 

     
  3. Memorial ao 25 de Abril, Grândola
    Numa das entradas da «Vila Morena», sobre a qual cantava José Afonso, podes visitar um Memorial ao 25 de Abril, com a pauta musical de Grândola, Vila Morena

     
  4. Ponte 25 de Abril, Lisboa
    Antes da Revolução, chamava-se Ponte Salazar, agora é um símbolo da liberdade. 

     
  5. Avenida da Liberdade, Lisboa 
    Todos os anos, milhares de pessoas descem a Avenida da Liberdade no dia 25 de Abril, de cravo na mão.

     
  6. Parque Eduardo VII, Lisboa 
    No mesmo parque onde decorre anualmente a Feira do Livro de Lisboa, podes encontrar um monumento ao 25 de Abril, do escultor José Cutileiro. 

     
  7. Museu de Aljube — Resistência e Liberdade 
    A antiga Cadeia do Aljube é, desde 2015, um museu dedicado à memória do combate à ditadura e à luta pela liberdade. Tem entrada livre todos os domingos e feriados até às 14 horas para residentes no concelho de Lisboa.

     
  8. Assembleia da República, Lisboa 
    A morada oficial da democracia portuguesa.

     
  9. Museu Nacional Resistência e Liberdade, Peniche
    Na Fortaleza de Peniche, onde vários opositores da ditadura estiveram presos, foi inaugurado, em 2017, o Museu Nacional Resistência e Liberdade. O acesso é gratuito, mas encontra-se temporariamente encerrado para obras. 

     
  10. Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa
    Se quiseres ver em pessoa os famosos cartazes que a pintora Maria Helena Vieira da Silva pintou em homenagem ao 25 de Abril, podes encontrá-los neste museu. A entrada é gratuita todos os domingos, para residentes em Portugal.


»» Ler Artigo Completo do Blogue Somos Livros da Editora Bertrand aqui ««

🍀📚