NOVIDADE LIVRO: "Nem Todas as Árvores Morrem de Pé" de Luísa Sobral
Capa do Livro |
Este é um romance sobre duas mulheres unidas pela desilusão e pelos cinquenta anos mais tristes da história da Alemanha. Com uma estrutura muitíssimo original e uma galeria de personagens inesquecível, Nem Todas as Árvores Morrem de Pé marca a estreia fulgurante de Luísa Sobral na ficção.
Sinopse: Emmi, que nasceu pouco antes de Hitler ascender ao poder na Alemanha, perde o pai na guerra e tem uma adolescência difícil, trabalhando desde muito cedo para ajudar em casa. É num bar aonde vai com os amigos depois do trabalho que conhece Markus, um homem de Berlim Leste que lhe escreve cartas maravilhosas e por quem se apaixona perdidamente.
Apesar de a mãe torcer o nariz ao seu casamento num momento em que a Guerra Fria está ao rubro, a irmã apoia-a, e Emmi acaba por ir viver com Mischa, como lhe chama, para a RDA. Inicialmente, tudo corre bem, mas, depois de o Muro de Berlim ser erguido, a separação da família e a chegada de uma carta anónima deixam-na na mais profunda depressão.
M. nasce após a divisão das duas Alemanhas e é o fruto perfeito do socialismo: com uma mãe ausente e educada por uma ama que adora plantas, M. idolatra o pai, desconhecendo por completo o mundo ocidental e crescendo ao sabor de uma realidade distorcida. Até que um dia, ao ouvir o testemunho chocante de uma rapariga, descobre que, afinal, não é só o Muro que tem um outro lado.
NOVIDADE LIVRO: "Vencer a Procrastinação" de Paulo Moreira
| |||||||||||||
| |||||||||||||
| |||||||||||||
Dia Mundial da Leitura em Voz Alta 2025
Dia 5 de fevereiro celebra-se o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta.
Ler em voz alta traz múltiplos benefícios: da melhoria de funções cognitivas, como a memória e a concentração, ao contributo para o crescimento pessoal, passando pelo fomento das relações sociais. Ler em voz alta é, também, fonte de prazer e diversão. Para o desafio deste ano, focamo-nos no prazer de ler. Porque cada voz é única e todas merecem ser ouvidas, mantemos o mote Faz ouvir a tua voz!
Sugestões para Ler em Voz Alta:
- ao espelho
- para o animal de estimação
- com onomatopeias
- acrescentando efeitos de sons (buzinas, etc.)
- ao ritmo de uma música
- com adereços
- no escuro, com uma lanterna
- no pátio, no jardim ou no quintal, com um megafone
👉 Ler artigo completo aqui no site do Plano Nacional de Leitura. 📢
WOOKACONTECE: Maria Teresa Horta, uma vida de luta e entrega, pela força das palavras
![]() |
Maria Teresa Horta (1937-2025) |
Escritora, jornalista, poetisa e, sempre, uma corajosa lutadora pela liberdade e pelos direitos das mulheres (já na ditadura, quando era perigoso sê-lo), Maria Teresa de Mascarenhas Horta Barros morreu hoje, 4 de fevereiro de 2025, em Lisboa, cidade onde nasceu em 1937, a 20 de maio. Tinha 87 anos e uma vida marcada pela força das palavras, que há muito conquistou um lugar inabalável na literatura portuguesa. Recordamos a sua vida e obra.
Descendente, pelo lado materno, de uma família da alta aristocracia portuguesa, neta em 5º grau da célebre poetisa Marquesa de Alorna, Maria Teresa Horta frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo integrado o grupo da Poesia 61 e sido a primeira mulher dirigente de um clube de cinema, o ABO Cine-Clube. Já como militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, foi jornalista n’A Capital e dirigiu a revista Mulheres.
A sua estreia na na escrita aos 23 anos, com Espelho Inicial, foi o início de uma obra prolífica de poesia, romances e contos. Ao longo da sua carreira literária, recebeu diversos prémios de destaque. Nos últimos anos, foi distinguida com o Prémio Autores 2017 na categoria de Melhor Livro de Poesia por Anunciações, a Medalha de Mérito Cultural atribuída pelo Ministério da Cultura em 2020, o Prémio Literário Casino da Póvoa em 2021 pela obra Estranhezas e, em 2022, foi condecorada pelo Presidente da República com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.
Os portugueses recordá-la-ão como uma das “Três Marias”, por ter sido coautora de Novas Cartas Portuguesas, uma obra revolucionária num país fechado ao mundo. Maria Teresa Horta expandiu os horizontes deste “jardim à beira-mar plantado”. Explore, connosco 4 das suas principais obras.
Minha Senhora de Mim
Em abril de 1971, a editora Dom Quixote publicou Minha Senhora de Mim, o nono livro de poesia de Maria Teresa Horta, na coleção «Cadernos de Poesia». A obra, composta por 59 poemas, inspirava-se na tradição das cantigas de amigo medievais, utilizando a literatura canónica para desafiar o status quo. O conteúdo erótico e a poderosa voz feminina incomodaram a ditadura.
Pouco depois, a 3 de junho, o regime salazarista ordenou a busca e apreensão do livro, retirando-o de todas as livrarias do país e ameaçou Snu Abecassis, a proprietária da editora,de que a Dom Quixote seria encerrada se voltasse a publicar qualquer obra de Maria Teresa Horta.
A repressão não ficou por aí. A PIDE perseguiu a escritora, e três agentes chegaram mesmo a agredi-la violentamente na rua. Indignada com a esta brutal repressão, a sua escritora e amiga Maria Velho da Costa diz-lhe: «Se uma mulher sozinha causa toda esta confusão, este burburinho. Este escândalo, o que aconteceria se fôssemos três?». Estava decidido: juntar-se-iam também à escritora Maria Isabel Barreno e iriam, pela escrita, abanar o regime e lutar pela liberdade de expressão. A resposta viria com toda a força e pouco tempo depois, e tinha um nome: Novas Cartas Portuguesas.
Novas Cartas Portuguesas
Publicado em abril de 1972, Novas Cartas Portuguesas foi escrito em coautoria por Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. Inspirado nas célebres cartas de amor atribuídas à freira Mariana Alcoforado, o livro tornou-se um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril, denunciando a Guerra Colonial, a repressão às mulheres, a emigração forçada, o sistema judicial persecutório e a violência fascista.
A obra, editada pelos Estúdios Cor sob a direção de Natália Correia, foi banida pelo regime, que instaurou um processo judicial às três autoras, acusadas de terem escrito uma obra de «conteúdo insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública». O processo, que ficaria conhecido como o julgamento das "Três Marias", teve início a 25 de novembro de 1973 e arrastou-se até 7 de maio de 1974, já após a Revolução do 25 de Abril, o que resultou na sua anulação. A censura e repressão que sofreu geraram protestos internacionais – apoiadas por figuras como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras – tornando esta obra um símbolo da luta pela liberdade de expressão e pelos direitos das mulheres.
Além do seu impacto político e social, Novas Cartas Portuguesas destacou-se ainda pela sua originalidade literária. Ao fundir diferentes géneros – narrativo, poético e epistolar – e desafiar convenções, a obra mantém-se atual. Em dezembro de 2023, a BBC incluiu Maria Teresa Horta na sua lista das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo, destacando o impacto do livro e descrevendo-a como «uma das feministas mais proeminentes de Portugal e autora de muitos livros premiados».
Eu Sou a Minha Poesia
Eu Sou a Minha Poesia é exatamente isso: Maria Teresa Horta no seu estado mais puro. Nesta antologia, a própria autora escolheu os poemas que considera essenciais no seu percurso, que começou nos anos 60 e continua tão vivo e ousado como sempre.
A sua poesia nunca foi de meias palavras. Feminista, erótica, de intervenção e resistência, desafia regras, dá voz ao desejo e questiona os limites impostos à mulher. Os temas que aborda continuam atuais, e a sua escrita mantém-se afiada, brincando a sério com os tabus da sociedade e explorando territórios onde a autoridade e a liberdade se enfrentam.
Esta antologia mostra como ler Maria Teresa Horta é entrar num universo onde o feminino é força, coragem e afirmação. Cada verso é um grito de liberdade, um desafio à obediência, um ato de rebeldia transformado em poesia.
A desobediente
Desde cedo, Maria Teresa Horta conheceu a dor e o abandono. Filha de um dos mais conceituados médicos de Lisboa e de uma mulher livre e destemida, descendente dos marqueses de Alorna, cresceu entre o brilho dos salões da capital e as sombras de uma infância marcada por perdas e cicatrizes. Ainda pequena, enfrentou a morte de perto, sobreviveu às depressões da mãe e chegou a engolir uma carta para a proteger. Os castigos foram duros e injustos, deixando marcas que nunca desapareceram. A separação dos pais, figuras intensas e complexas, foi mais uma batalha que teve de enfrentar.
Mas terá sido esse sofrimento que a levou à poesia? Terá sido essa infância turbulenta que despertou nela a voz rebelde que a tornaria uma das “Três Marias”? Maria Teresa Horta nunca aceitou regras impostas. Envolveu-se por acaso com o PCP, mergulhou na política antes e depois do 25 de Abril, e construiu uma história de luta e paixão. Poetisa, mãe, mulher intensamente ligada a Luís de Barros, escritora premiada – ainda que tardiamente reconhecida, recusando, por fidelidade aos seus princípios, algumas distinções –, Maria Teresa Horta é, acima de tudo, uma voz indomável. Nesta biografia, Patrícia Reis, romancista e biógrafa experiente, dá-nos a conhecer essa mulher que fez da palavra a sua arma, com a sensibilidade e profundidade.
_____
Fonte: Dantas, V. (2025, fevereiro 4). Maria Teresa Horta, uma vida de luta e entrega, pela força das palavras. Wookacontece.
https://www.wook.pt/wookacontece/novidades/noticia/ver/maria-teresa-horta-uma-vida-de-luta-e-entrega-pela-forca-das-palavras/?id=256626&langid=1
NOVIDADE LIVRO: "O Gato, o Coelho e outros contos tradicionais" de Adélia Carvalho e Anabela Dias
O livro escrito por Adélia Carvalho recupera 11 contos de autores dos séculos XIX e XX que retratam histórias passadas de geração em geração através da oralidade. Em declarações à TSF, a autora afirma que, sem retirar a originalidade da história, os contos ganharam uma "nova vida", tendo sido reinventados e adaptados às crianças dos dias de hoje. "Temos de limpar alguns arcaísmos, alguns valores morais de uma certa sociedade que hoje são inadequados. As crianças, nos séculos XIX e XX, provavelmente teriam de ser adultos muito mais cedo. Com as crianças de hoje, felizmente, isso não acontece, prolongámos o pensamento mágico delas durante muito mais tempo e em termos de linguagem também é necessário adequar isso", explica à TSF Adélia Carvalho.
![]() |
A autora Adélia Carvalho |
***
👉 Ler também entrevista feita pela PenguinLivros: «Estas histórias foram pensadas em comunidade e para a comunidade» 📚 Partilho um pequeno excerto:
📌Lembras-te de te contarem ou de leres contos tradicionais na tua infância? De que forma foram importantes para ti e/ou para a tua escrita? Qual era o teu favorito (ou os teus favoritos) e porquê?
R: Lembro-me essencialmente do meu avô Francisco que era um grande contador de histórias. Adorava particularmente o conto Corre, corre cabacinha, uma história fantástica de uma velha que conseguiu enganar um lobo, adorava a esperteza da velha no final. Esta história ajudou-me a vencer o medo e a perceber que, em momentos de aflição, devemos sempre encontrar uma solução. Mais tarde, mostrou-me também a importância da linguagem do humor e do nonsense na construção das narrativas.
📌Consideras que existe uma relação entre os contos tradicionais e o sentimento de união e/ou pertença (a uma família, a uma comunidade, a um lugar, a uma história)?
R: Sim, pois são histórias que foram pensadas em comunidade e para a comunidade. São histórias que foram criadas numa época em que não existia televisão, computadores… existia o momento familiar de contarem histórias uns aos outros, e por muitos anos que tenham passado elas ainda carregam essa memória afetiva.
![]() |
Adélia Carvalho também é proprietária da Livraria Papa-Livros no Porto. |
Que livro devias ler em 2025? Descobre neste quizz.
Respondi a este quizz e o meu resultado foi maioria de respostas A, por isso o livro recomendado para eu ler este ano é "O Investidor Inteligente" de Benjamin Graham. 😉👌 Parece que o meu subconsciente quer aprender mais sobre literacia financeira.
AS MINHAS LEITURAS: "A Montanha de Livros mais Alta do Mundo" de Rocio Bonilla
Ficha do Livro
Autor: Rocio Bonilla
Edições: Jacarandá
Nº de Págs.: 48
Ano de Edição: 2018
Classificação: infantil
Sinopse: Desde que nasceu, Lucas estava convencido que o seu propósito de vida era voar. Inventava e fazia de tudo para alcançar o seu objetivo, mas nada funcionava. Um dia, a mãe explicou-lhe que havia outras maneiras de realizar o seu sonho e pousou-lhe um livro nas mãos. Nesse mesmo instante, sem perceber, Lucas começou a voar e não conseguiu parar.
Comentário
Comprei este livro para oferecer como prenda de anos ao meu sobrinho. O título é muito sugestivo e as ilustrações são belíssimas! Antes de embrulhar, aproveitei para o ler. Fiquei encantada! O gosto pelos livros também me foi incutido em pequena e desde que aprendi a ler passei a voar neles, tal como o Lucas desta história. 😍
Acho que vou comprar este livro para o meu filho (e para mim😊).
Recomendo a sua leitura!
Referências
📌 Sobre a autora e ilustradora espanhola na Editorial Presença.
📌 Partilho um vídeo do youtube com uma hora do conto:
Jornal PÚBLICO: "Partilhar estantes é uma forma de salvar livrarias no Japão (e vender livros mais interessantes)"
Livrarias partilhadas no Japão |
No Jornal Público encontrei esta notícia interessante sobre uma solução inovadora de salvar livrarias japonesas através da partilha de estantes. De facto, segundo a Fundação da Indústria Editorial do Japão para a Cultura, entre outubro de 2022 e março de 2024 fecharam mais de 600 livrarias físicas. Foi criado o ano passado, pelo Ministério da tutela, um grupo de trabalho para estudar quais as melhores medidas de apoio às livrarias: "as livrarias são um centro de transmissão cultural e são ativos extremamente importantes para a sociedade, ao manterem a diversidade de ideias e influenciar o poder nacional."
O conceito tem por base a partilha do espaço. Pessoas singulares e empresas podem vender obras novas ou usadas em espaços alugados partilhados. Entre as centenas de arrendatários de prateleiras, que pagam entre 30€ a 58€ por mês, encontram-se pessoas particulares, empresas de tecnologias de informação e pequenas editoras. Cada uma dessas prateleiras é como se fosse a versão física de um perfil nas redes sociais.
Esta ideia está a gerar uma onda de satisfação nas comunidades onde muitas livrarias fecharam porque oferece escolhas mais ecléticas do que aquelas sugeridas por algoritmos das lojas online.
😉👍
____
Fonte: Folha de São Paulo. (2025, Janeiro 30). Partilhar estantes é uma forma de salvar livrarias no Japão (e vender livros mais interessantes). Jornal Público.
https://www.publico.pt/2025/01/30/p3/noticia/partilhar-estantes-forma-salvar-livrarias-japao-vender-livros-interessantes-2120716
Subscrever:
Mensagens (Atom)