No dia 2 de abril, comemora-se em todo o mundo o nascimento de Hans Christian Andersen. A partir de 1967, este dia passou a ser designado por Dia Internacional do Livro Infantil, chamando-se a atenção para a importância da leitura e para o papel fundamental dos livros para a infância.
Como é habitual, para assinalar este dia a DGLAB disponibiliza um cartaz digital, da autoria da ilustradora Ana Ventura, vencedora do Prémio Nacional de Ilustração em 2022. O cartaz de Ana Ventura transmite a ideia que tem sido subjacente a este dia ao longo dos anos: um livro como raiz para a vida, que a alimenta e lhe dá os nutrientes para a diversidade, tal como as palavras dão vida aos sonhos de cada um. A ilustradora, para além do cartaz e dos marcadores, preparou uma versão a preto e branco para as crianças imprimirem e colorir. As que quiserem, podem inventar um conto ou um poema e enviar para dsl@dglab.gov.pt. Os trabalhos selecionados receberão um livro.
Também o IBBY internacional convida anualmente um país a dar o mote e a escrever um texto alusivo à literatura para a infância. Este ano da responsabilidade da Grécia, o texto é da autoria de Vagelis Iliopoulus e o cartaz de Photini Stephanidi.
Eu sou um livro, lê-me.
Eu sou um livro. Tu és um livro. Todos somos livros.
A minha alma é a história que conto.
Todos os livros contam a sua história.
Podemos parecer muito diferentes -
uns grandes, uns pequenos,
uns coloridos, uns a preto e branco,
uns com poucas páginas, outros com muitas.
Podemos dizer coisas parecidas ou completamente diferentes,
é essa a nossa beleza.
Seria aborrecido sermos todos iguais.
Cada um de nós é único.
E cada um tem direito a ser respeitado,
a ser lido sem preconceito,
a ter espaço na tua biblioteca.
Podes ter uma opinião sobre mim.
Podes querer questionar ou comentar o que lês.
Podes voltar a arrumar-me na prateleira
ou ficar comigo perto, a viajar durante muito tempo.
Mas nunca deixes que ninguém se livre de mim
ou me mande para outra estante.
Nunca peças que me destruam, nem permitas que o façam.
E se outro livro chegar vindo de outra estante,
porque algo ou alguém o afastou,
abre espaço.
Ele cabe junto a ti.
Tenta sentir o que ele sente. Compreendê-lo. Protegê-lo.
Podes um dia estar no seu lugar.
Porque também tu és um livro.
Somos todos livros.
Vá, di-lo bem alto para que todos te ouçam.
«Eu sou um livro, lê-me.»
Tradução de Ana Castro a partir do inglês