WOOKACONTECE: Viva o Dia da Língua Mirandesa!



Há precisamente 26 anos, a 17 de setembro de 1998, a Assembleia da República aprovou o diploma que reconhece a língua mirandesa como segunda língua oficial portuguesa. E hoje, como ano após anos, celebra-se esta língua que orgulha não só mirandeses, como deslumbra cada vez mais pessoas por todo o país. As editoras dão também voz à língua mirandesa, e nós vimos deixar algumas sugestões de leitura para que descubra como é bonita, sonora e única – se até Astérix fala mirandês!...



Uma das pessoas que mais fez em prol da vitalidade da língua mirandesa foi Amadeu Ferreira, autor e tradutor de uma vasta obra em português e em mirandês, sob diferentes pseudónimos. A primeira obra publicada simultaneamente em português e mirandês, da sua autoria, é Tempo de Fogo, uma narrativa centrada à volta de m frade homossexual que queimado às ordens do Tribunal da Inquisição, condenado por breves amores de juventude na universitária Salamanca dos fins do século XVI.
Para conhecer a história do mirandês, o ideal é mesmo ler Mirandés - Stória Dua Lhéngua i Dun Pobo (com correspondente edição em português). Faz parte do Plano Nacional de Leitura mas é interessante para qualquer idade. Conta a história do povo mirandês na própria língua em banda desenhada, e é uma obra de José Ruy, com a coordenação e tradução para mirandês de Amadeu Ferreira.




Já imaginou ler Os Lusíadas em mirandês? Entre as traduções de Amadeu Ferreira para a língua mirandesa destacam-se Os Lusíadas integral, de Luís Vaz de Camões – sem dúvida um desafio a encarar com força de vontade, com o original em português ao lado!
Para uma leitura mais simples e breve, deleite-se com a edição comemorativa dos 25 anos da publicação de Os Lusíadas em BD, do ilutrador José Rui, publicados, para a ocasião, em mirandês: Ls Lusíadas – Banda Zenhada, pois claro.




Os pessoanos certamente terão curiosidade em ler Mensaige – aqui entende-se bem: é Mensagem, de Fernando Pessoa – em mirandês. É a primeira obra do poeta a ser traduzida e editada na nossa segunda língua, por Francisco Niebro (sim, é um dos pseudónimos de Almeida Ferreira). E acreditamos que Pessoa iria deleitar-se a ver a sua obra assim versada.




Se procura algo bem divertido para ler em mirandês, saiba que o famoso intrépido gaulês Astérix já se rendeu aos encantos desta língua antiga. Este verão, chegou às livrarias La Spadanha Branca (O Lírio Branco). Na 40ª aventura de Astérix, a aldeia gaulesa enfrenta um novo tipo de inimigo: o stress! Cansado das rotineiras pancadarias contra os romanos, o pequeno herói resolve explorar o mundo das artes marciais, aprendendo técnicas de luta que envolvem mais meditação e menos poções mágicas. Será que os nossos gauleses vão trocar os combates épicos por posturas zen? E como vai Obélix sobreviver sem o seu javali diário? Uma mistura hilariante de filosofia oriental, romanos derrotados de forma… inesperada, e, claro, muitas risadas!
E há mais quatro livros desta série em mirandês: Astérix – Galaton, Astérix I L Alcaforron, La Filha de Bercingetorix e Astérix, L Goulés.



Descubra a sonoridade e a beleza desta língua única: comece já por aqui!