Portal da Literatura: livros em destaque

 



As Palavras

Jean-Paul Sartre era uma criança de colo quando o pai morreu. Esse acontecimento, considera, moldou definitivamente a sua vida: se a mãe se viu acorrentada ao triste papel de jovem...

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Tratado de Vigaristas

Nova Iorque, década de 1970: a criminalidade está em alta, numa metrópole à beira da falência, imersa na brutalidade e tentando salvar-se de um colapso nervoso coletivo. No centro ...

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Índias

O novo romance de João Morgado, autor já com vasta obra publicada e premiada, centra-se na vida escondida de Vasco da Gama e numa época tão gloriosa quanto distante. Trata-se de um...

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A Revolução

Esta é a história de uma revolução, de um tesouro, e de um homem. A revolução é a do México, no tempo de Emiliano Zapata e Francisco Villa. O tesouro é de quinze mil moedas de our...

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Os Dias do Ruído

Dois anos depois de ter matado um terrorista islâmico evitando um atentado num café de Paris, Laura viaja pelo mundo contando a sua história e promovendo o livro em que relata o ac...

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Dedico-lhe o Meu Silêncio

Pode dizer-se que o novo romance de Varga Llosa o devolve aos terrenos da utopia; desta vez, com a música peruana como fio condutor. O protagonista da história, Toño Azpilcueta, é ...

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Saque

Abbas, um talentoso artesão que se dedica a construir brinquedos de madeira, conta apenas dezassete anos quando os seus dotes de marceneiro chamam a atenção do sultão Tipu. É então...

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Diário Incontínuo

O diário é seguramente o mais íntimo dos géneros literários. Repositório de confidências - e inconfidências - escritas sob a febre das emoções, partilhá-lo com o público é um acto ...

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Tristana

Publicado em Janeiro de 1892, Tristana constitui o apogeu do périplo literário de Benito Pérez Galdós, o maior escritor espanhol do seu tempo. Entremos no livro: Galdós oferece-no...

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A palavra que resta

Uma carta guardada durante mais de cinquenta anos - e jamais lida. É essa a relíquia que Raimundo Gaudêncio traz consigo. Homem analfabeto que, na sua juventude, teve um amor secre...

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WOOKACONTECE: Viva o Dia da Língua Mirandesa!



Há precisamente 26 anos, a 17 de setembro de 1998, a Assembleia da República aprovou o diploma que reconhece a língua mirandesa como segunda língua oficial portuguesa. E hoje, como ano após anos, celebra-se esta língua que orgulha não só mirandeses, como deslumbra cada vez mais pessoas por todo o país. As editoras dão também voz à língua mirandesa, e nós vimos deixar algumas sugestões de leitura para que descubra como é bonita, sonora e única – se até Astérix fala mirandês!...



Uma das pessoas que mais fez em prol da vitalidade da língua mirandesa foi Amadeu Ferreira, autor e tradutor de uma vasta obra em português e em mirandês, sob diferentes pseudónimos. A primeira obra publicada simultaneamente em português e mirandês, da sua autoria, é Tempo de Fogo, uma narrativa centrada à volta de m frade homossexual que queimado às ordens do Tribunal da Inquisição, condenado por breves amores de juventude na universitária Salamanca dos fins do século XVI.
Para conhecer a história do mirandês, o ideal é mesmo ler Mirandés - Stória Dua Lhéngua i Dun Pobo (com correspondente edição em português). Faz parte do Plano Nacional de Leitura mas é interessante para qualquer idade. Conta a história do povo mirandês na própria língua em banda desenhada, e é uma obra de José Ruy, com a coordenação e tradução para mirandês de Amadeu Ferreira.




Já imaginou ler Os Lusíadas em mirandês? Entre as traduções de Amadeu Ferreira para a língua mirandesa destacam-se Os Lusíadas integral, de Luís Vaz de Camões – sem dúvida um desafio a encarar com força de vontade, com o original em português ao lado!
Para uma leitura mais simples e breve, deleite-se com a edição comemorativa dos 25 anos da publicação de Os Lusíadas em BD, do ilutrador José Rui, publicados, para a ocasião, em mirandês: Ls Lusíadas – Banda Zenhada, pois claro.




Os pessoanos certamente terão curiosidade em ler Mensaige – aqui entende-se bem: é Mensagem, de Fernando Pessoa – em mirandês. É a primeira obra do poeta a ser traduzida e editada na nossa segunda língua, por Francisco Niebro (sim, é um dos pseudónimos de Almeida Ferreira). E acreditamos que Pessoa iria deleitar-se a ver a sua obra assim versada.




Se procura algo bem divertido para ler em mirandês, saiba que o famoso intrépido gaulês Astérix já se rendeu aos encantos desta língua antiga. Este verão, chegou às livrarias La Spadanha Branca (O Lírio Branco). Na 40ª aventura de Astérix, a aldeia gaulesa enfrenta um novo tipo de inimigo: o stress! Cansado das rotineiras pancadarias contra os romanos, o pequeno herói resolve explorar o mundo das artes marciais, aprendendo técnicas de luta que envolvem mais meditação e menos poções mágicas. Será que os nossos gauleses vão trocar os combates épicos por posturas zen? E como vai Obélix sobreviver sem o seu javali diário? Uma mistura hilariante de filosofia oriental, romanos derrotados de forma… inesperada, e, claro, muitas risadas!
E há mais quatro livros desta série em mirandês: Astérix – Galaton, Astérix I L Alcaforron, La Filha de Bercingetorix e Astérix, L Goulés.



Descubra a sonoridade e a beleza desta língua única: comece já por aqui!


WOOKACONTECE: Livros que ensinam muitas coisas



Já se sabe que os livros são janelas para a vida. Aqui, são portas e janelas abertas para o conhecimento. Da filosofia à física, temos tudo. Mergulhemos.




Começamos pelo passado e entendemos o presente. Entendemos, aliás, que coisa é esta que nos invade os dias e nos foge à compreensão. Não tem sido coisa pouca viver nestes tempos loucos em que a tecnologia já ultrapassou qualquer fantasia futurista. Harari mostra, neste livro, a vida de todos os dias – tanta informação acumulada e tanta desinformação a circular; tanto conhecimento científico, tanto potencial, e uma inteligência artificial com potencial para destruir a Humanidade, aliada a escolhas de produção que põem o planeta em xeque. No fundo, esta ideia-base: uma civilização antiga, racional, conseguiu evoluir de tal forma que criou os mecanismos para a sua destruição. Nexus não é um livro de respostas: em vez disso, o autor analisa a forma como o acesso a informação foi dirigindo a vida e os grandes fenómenos sociais, em que se incluem o nazismo ou o populismo. Lê-lo é, por isso, uma viagem.




O cérebro é o mistério que regula mistérios. Aqui, Monty Lyman, médico especialista de ponta em imunopsiquiatria, explica a leigos o sistema imunitário: ao contrário do que se julgava até há pouco tempo, este comunica constantemente com o cérebro, daqui dependendo a nossa saúde mental. Claro, tudo isto é coisa para mais do que um ou dois parágrafos, uma vez que se trata da abertura dos horizontes da medicina – e eu sou tão leiga quanto se deseja para a leitura deste livro. Cogitam-se novas hipóteses, como a relação entre a inflamação e a depressão ou mesmo novos efeitos secundários de medicação. Além de discorrer sobre o tema, Lyman ainda vai à parte prática, aconselhando o leitor sobre formas de se manter saudável, numa abordagem integral ao corpo humano. E quem lê, e costuma usar o cérebro para pensar sobre assuntos, pode agora fazer de assunto o próprio cérebro.




Venham os livros, que, às vezes, são a forma mais fácil de chegarmos aos recantos da vida. E, no caso, aos cantos da Coreia, sejam cantos mais a norte ou mais a sul. A história daquela zona do globo tem sido mexida, com uma divisão em dois países que contrastam. De um lado, há uma democracia com tecnologia avançada e cultura pop conhecida em todo o mundo; do outro, há o mistério do regime mais fechado e totalitário do mundo. É a esta parte, à da Coreia do Norte, que é tão difícil chegar, daí que cada livro que lhe meta os holofotes em cima seja visto como uma peça valiosa para se conhecer e entender o mundo. É esse avanço que os autores permitem, focando-se em partes fundamentais da história das Coreias, incluindo a ocupação japonesa e os processos de independência. Com uma prosa simples e uma narrativa clara, o livro mostra de que forma dois sistemas tão diferentes puderam existir.




Há uns anos, quando precisei de inventar dinossauros num romance, fui beber a este livro. Por motivos diferentes, outros poderão ir lá beber da mesma forma. Ou seja, da mesma fonte. De forma didática e dinâmica, Bryson conta a história do mundo, do micro ao macro, sem que o leitor tenha um segundo de pausa ou se aborreça. Em vez disso, entusiasma-se e apressa-se na chuva de informação bem doseada, bem dada, bem escrita. De repente, eis o resumo da vida inteira, e por vida entende-se mesmo o organismo biológico: está lá obig-bang, está lá o meteorito que, para nosso bem, aniquilou os dinossauros, está o planeta cada vez mais quente, estão os vulcões, os micro-organismos, os cientistas, as teorias, os gases, as pedras. Está lá tudo, numa prosa leve, livre, solta, e num livro que encanta quem cair nele como quem se atira a um poço.




Para quê ter medo da filosofia, se Nigel Warburton escreve livros? Basta lê-lo para saber muito, e para querer saber mais ainda. Neste livro, que dá uma boa tarde de domingo, temos as questões fundamentais da filosofia mostradas como coisa de todos os dias, com as discussões que dali saem. Num compêndio limpo, Warburton escreve sobre ética, filosofia da arte, filosofia política e o que mais há no prato do estudo filosófico. Sobretudo, este é um livro útil, conseguindo não só explicar conceitos, dando uma visão panorâmica aos leitores, mas também mostrar o papel desses conceitos na vida e nas dúvidas existenciais coetâneas. Além disso, cogita-se a melhor forma de tratar os animais não-humanos, e abrem-se portas para outras leituras dentro da disciplina mais temida do ensino secundário.



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Os Trinta Nomes de Deus

Imagine um Jesus nascido nesta era, criança curiosa e filha de mãe solteira, praticante de uma fé que se afigura ambígua. Fustigado pela avó Mohrt e pelos líderes religiosos, Ahmi...

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Por Cada Sorriso Falso

Da autora bestseller de “A filha da minha melhor amiga”, um thriller francamente alucinante. A terapeuta e profiler Kez Lanyon fica chocada quando encontra um bebé no banco de trá...

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Carrie

Cinquenta anos depois da primeira edição, esta continua a ser a história de Carrie White, a rapariga inadaptada do liceu em Chamberlain, no Maine, que descobre gradualmente que con...

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As Cinzas e a Coroa Maldita

Segundo livro da série Crowns of Nyaxia, repleto de tensão, intrigas e amor, confirma Carissa Broadbent como um dos grandes nomes da fantasia romântica da atualidade. Tudo aquilo e...

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Tratado de Vigaristas

Nova Iorque, década de 1970: a criminalidade está em alta, numa metrópole à beira da falência, imersa na brutalidade e tentando salvar-se de um colapso nervoso coletivo. No centro ...

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Pai Contra Mãe

Sob o título Pai contra Mãe, conto maior de Machado de Assis, este livro reúne as mais importantes ficções e crónicas em que o autor aborda a escravatura. Em dois contos crudelíss...

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A Cicatriz

«Éramos felizes, verdadeiros camaradas e a âncora um do outro. Um dia o nosso barco afundou-se e nenhum dos objetos que éramos nos salvou.» Um casal foi de férias para o Rio de Ja...

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A Rapariga Que Mataste

E SE O MARIDO DELA FOR UM ASSASSINO? «Leslie Wolfe oferece-nos thrillers psicológicos brilhantes e imparáveis, repletos de reviravoltas e que mantêm os leitores presos até à últim...

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WOOKACONTECE: "Sem regresso", um poema de Carmen Yáñez



A 6 de março de 1981, a poetisa Carmen Yáñez, que se casou duas vezes com o poeta Luis Sepúlveda, viu-se obrigada a partir do Chile para o exílio em Buenos Aires, na Argentina. Este poema, do livro que dedica ao marido, chamando-lhe Um Amor Fora do Tempo, é um registo profundo do que sentiu.



Sem regresso

Desfaço a mala,
a de catorze quilos,
a que preparei com pressa e medo,
a de todos os exílios:
o meu vestido florido
O ursinho de peluche com um só olho de vidro
do meu filho.
Um lápis, um caderno branco,
A fotografia dos meus pais,
Calções, meias, blusas,
Os dois tamanhos, as suas pequenas calças,
As duas escovas de dentes, os dois pentes.
Um pequeno espelho, o meu batom

A casa já não existe.
O país já não existe.

A mulher e o menino da sua mão
nunca
mais.
Desfaço a mala, desfaço a mala
Desta vez para sempre e nunca mais.
Nunca mais.


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Poema retirado do livro Um Amor Fora do Tempo, de Carmen Yáñez.