AS MINHAS LEITURAS: "Tubarão" de Peter Benchley

Livros com Gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Peter Benchley
Título Original: Jaws
Edições: Seleções do Reader's Digest
Nº de Págs.: 132
Coleção: Livros Condensados
Ano de Edição: 1988
Classificação: Romance
Sinopse: O enorme tubarão mantinha-se emboscado não longe da praia que assolava, capturando ao acaso as suas vítimas. Ninguém, nem os ictiólogos, nem os pescadores, nem a Guarda Costeira, conseguira explixar por que motivos ele surgira nesse Verão ao largo daquela cidade de Long Island. mas lá estava o enorme predador, tornando a sua presença sentida de mais que uma forma. O chefe da polícia, Martin Brody, compreendeu claramente qual era o seu dever: encerrar as praias ao público. O presidente da câmara; Larry Vaughan, discordou dessa decisão: as receitas turísticas deveriam manter-se ou a estância ficaria arruinada. E à atraente e insatisfeita mulher de Brody o incidente proporcionou uma inesperada oportunidade para um romance.
Depois, à medida que o número de vítimas aumentava e a população permanecia radicalmente dividida no respeitante às medidas a tomar, a dura realidade teve de ser enfrentada. De uma forma ou de outra, o monstro tinha de ser capturado ou morto.


Comentário
Sinceramente, não me apercebi logo, só quando acabei de ler descobri que ESTE LIVRO deu mote ao filme assustador "Tubarão"! Fiquei pasmada! Não sabia que o filme tinha sido baseado num livro 😮.
E o livro é bom, é bastante bom! A escrita é envolvente, as personagens estão bem construídas e o desfecho do enredo não é nada previsível! As cenas com o tubarão são assustadoramente bem descritas, pelos menos eu fiquei com medo, confesso 😱.
Recomendo a sua leitura.


Referências
📌 Biografia de Peter Benchley na Infopedia.
📌 Site Oficial do Autor e Defensor dos Oceanos aqui.
📌 Trailer do filme "Tubarão" (1975) realizado por Steven Spielberg:



Desafio Literário
📚  Mant'Anual 2023 na categoria «Personagem principal ou título do livro é um animal».


 

AS MINHAS LEITURAS: "Os Médicos" de Henry Denker

Livros com Gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Henry Denker
Título Original: The Physicians
Edições: Seleções do Reader's Digest
Nº de Págs.: 140
Coleção: Livros Condensados
Ano de Edição: 1988
Classificação: Romance
Sinopse: O Dr. Cristopher Grant, neonatologista jovem e idealista, vê-se encarregado do tratamento do neto de John Stewart Reynolds, poderoso magnata financeiro e benemérito do hospital a cujos quadros Grant pertence. Quando, em consequência de complicações pós-natais, o bebé é considerado deficiente mental, o velho magnata culpa Grant. Toda a esperança do jovem médico em conseguir refutar a acusação de incúria profissional reside no talento da sua jovem e brilhante advogada, Laura Winters. Unidos, lutam pela carreira de Grant, armados apenas com a confiança mútua que depositam na perícia um do outro, respectivamente em medicina e direito.


Comentário
É uma boa história, com personagens fortes e um enredo envolvente, que se passa em dois cenários distintos e bem demarcados: o hospital e o tribunal. Nota-se perfeitamente que essas personagens têm vocação para as suas profissões, devido ao conhecimento técnico demonstrado e ao amor que colocam em cada tarefa. Aconselho a sua leitura!  


Referências
📌 Biografia do autor Henry Denker na Wikipedia.
📌 Artigo do jornal The New York Times aquando da morte do autor em 2012 «Henry Denker, Author in Many Genres, Dies at 99»


Desafio Literário
Bingo Profissão do Herói 2023 na categoria "Advogado".

📚


 

AS MINHAS LEITURAS: "Aquele Verão Distante" de Sarah Patterson

 

Livros com Gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Sarah Patterson
Título Original: The Distant Summer
Edições: Seleções do Reader's Digest
Nº de Págs.: 108
Coleção: Livros Condensados
Ano de Edição: 1988
Classificação: Romance
Sinopse: Esta é uma história de amor invulgar. Decorre em Norfolk, naquele Verão de 1943, em que, noite após noite, os Lancasters da RAF descolavam dos grandes aeródromos costeiros rumo às cidades e aos centros industriais da Alemanha Nazi. De manhã, alguns regressavam; muitos, nunca mais. Katherine Hamilton é uma jovem impressionável de dezasseis anos, filha do pároco local. Trava conhecimento com os tripulantes dos bombardeiros -na sua maioria meros rapazes ainda - quando estes gozam os tempos livres de que dispõem. Apaixona-se loucamente por um artilheiro da retaguarda chamado Johnny e sente talvez também um béguin pelo melhor amigo dele...
Obra notável que consegue não só captar as dores e alegrias do primeiro amor de uma adolescente, como também o sentido de urgência com que se vivia o momento presente na Grã-Bretanha no tempo da guerra.


Comentário
Gostei muito desta história! Foi o romance de estreia de uma adolescente que, nas palavras e no enredo, mostrou ter muita maturidade. O cenário da II Guerra Mundial cativa-me sempre, é um tema que não se esgota. Por isso, aliando a competência de escrita com o ambiente da guerra só podia resultar numa excelente obra! Recomendo a sua leitura! 


Referências
📌Sobre a autora Sarah Patterson, não se encontra qualquer informação na internet. Parece que só escreveu este romance e nunca mais existiu... Em contrapartida, e por referências cruzadas, encontra-se tudo sobre o seu pai, o famoso escritor Harry Patterson (sob o pseudónimo Jack Higgins). Partilho a informação que consta no livro sobre a autora:

Sarah Patterson, sofisticada autora de 15 anos, gosta de vinho tinto, da música de Johnny Dankworth e de fazer compras na Bond Street. Tem as mesmas feições morenas e atraentes da sua heroína - Kate Hamilton - e veste com distinção as saias compridas que estiveram em moda na década de 40 (desde sempre apreciou também, para além da moda e do estilo próprios dessa época, os filmes e a música). O tema da sua obra "Aquele Verão Distante" nasceu quando Sarah ajudava o pai a recolher material para ser usado num livro. A autora recorda: "Quando a ideia ganhou forma, recolhi material técnico na biblioteca; falei com o meu avô, que foi membro de uma tripulação de terra numa base de bombardeiros; com Stephan, um artilheiro de retaguarda polaco e com um amigo do meu pai que foi navegador num Lancaster". Mesmo assim, pode causar admiração como uma escritora tão jovem soube apreender com tal exatidão a atmosfera da época!



Desafio Literário
📚  Mant'Anual 2023 na categoria «Romance de estreia de uma autora».


Sítios especiais para quem gosta de livros


Muitos dos roteiros turísticos incluem locais com ambientes particulares que são também sítios especiais para quem gosta de livros e por isso não se podem perder numa visita a Portugal.

PORTO
📌Livraria Lello & Irmãos
Esta pequena livraria, construída em 1906, situada no centro histórico do Porto, perto da emblemática Torre dos Clérigos. Com uma fachada neogótica e decorada em estilo Art Nouveau e com uma icónica escadaria vermelha no seu interior, é considerada uma das mais bonitas livrarias do mundo.
📌Fundação de Serralves
Entre as principais atrações da cidade do Porto, encontra-se a Fundação de Serralves. É conhecida pelos jardins, pela Casa Art Déco e pelo edifício do museu de arte contemporânea, da autoria do conceituado arquiteto Siza Vieira. Para além do espaço e dos programas culturais, pode-se aí encontrar uma livraria especializada em arte contemporânea e livros de artista.

COIMBRA
Biblioteca Joanina, Universidade de Coimbra
Na Universidade de Coimbra, classificada Património da Humanidade, é obrigatório visitar a Biblioteca Joanina. Mandada construir pelo rei D. João V e concluída em 1728, foi decorada em talha e pinturas ao gosto barroco. Este local guarda uma coleção de livros entre os séculos XVI e XIX, onde se encontram algumas raridades bibliófilas. Nas prateleiras, existem alguns segredos e truques que são desvendados durante a visita, em particular a história sobre a pequena colónia de morcegos que aí vive e ajuda a fazer a “limpeza” dos livros.

Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra © Paulo Mendes


ÓBIDOS, Vila Literária
Entre muitos pontos de interesse existentes no país, há um carinho especial por Óbidos. Terra oferecida a rainhas, foi considerada pela UNESCO como uma “Cidade Criativa da Literatura”. Desde então a literatura tomou conta desta vila dentro de muralhas, através de livrarias em espaços invulgares como em igrejas antigas que já não se encontram ao culto, mercearias, cafés e até hotéis dedicados ao tema.

MAFRA
No monumental conjunto arquitetónico do Palácio Nacional e Convento de Mafra, construído durante o reinado de D. João V (1707-1750), encontra-se uma valiosa biblioteca. Tem 83 metros de comprimento e é a mais importante livraria monástico real do séc. XVIII, com cerca de 40 mil volumes que ainda mantêm a organização dada pelos frades arrábidos. Referência da obra de José Saramago, o “Memorial do Convento”, é um dos mais importantes monumentos barrocos portugueses.

Palácio Nacional de Mafra © António Sacchetti


LISBOA
📌Chiado
Num dos mais antigos bairros de Lisboa, o Chiado, encontra-se a Livraria Bertrand, a mais antiga da cidade ainda de portas abertas, fundada em 1732, e a Livraria Ferin, a funcionar desde 1840. Este bairro cosmopolita tem sido ao longo dos séculos o centro da vida cultural da cidade, com cafés, bares, teatros e salas de espetáculo que sempre atraíram os artistas em todo os tempos. Para quem gosta de livros antigos, vale a pena passear pelas ruas em redor da Calçada do Combro, onde passa o elétrico, e do Elevador da Bica e deixar-se surpreender pelos alfarrabistas e lojas de antiguidades.
📌Avenidas Novas
Para obras de referência mais recentes, na emblemática Fundação Gulbenkian e na Culturgest, pode encontrar livrarias especializadas em arte. Se tiver curiosidade, sugerimos ainda que espreite as bibliotecas locais, espaços que normalmente não aparecem nos roteiros. No Bairro Alto, no Largo do Calhariz, encontra a Biblioteca Camões. Neste edifício que data do séc. XVIII, as acolhedoras salas de leitura, com tetos de estuque, surpreendem pela vista sobre o rio Tejo. No Campo Pequeno, é fácil dar pelo palácio nobre do séc. XVII, hoje transformado em Biblioteca das Galveias. Vale a pena entrar para ver as salas de leitura decoradas com pinturas e azulejos e tomar um café no pequeno jardim.
📌Lx Factory
No bairro de Alcântara, numa antiga fábrica do século XIX instalou-se um espaço de cultura, lazer e criatividade. Na Lx Factory podem-se encontrar lojas, cafés, restaurantes, oficinas de criatividade e de design. Destaca-se a Livraria Ler Devagar, instalada numa antiga gráfica, que é também uma galeria e um espaço de partilha e divulgação cultural.

😉


Roteiros Literários - Turismo de Portugal


No site do Turismo de Portugal é possível encontrar informações sobre roteiros literários e afins:

Escritores a Norte
Foi na região do Porto e Norte que nasceram ou viveram alguns dos mais importantes escritores portugueses dos séculos XIX e XX. Foi nessa evidência que se baseou o projeto “Escritores a Norte” para sugerir um pretexto para viajar pela região e dar a conhecer um pouco da cultura portuguesa, enquanto se é surpreendido pelas paisagens da costa norte, do Vale do Douro ou do interior de Portugal.

A Viagem do Elefante
Um roteiro que atravessa o Centro de Portugal que o próprio José Saramago realizou para o seu protagonista de “A Viagem do Elefante”. Um convite a descobrir ou redescobrir, como o escritor, um roteiro cultural que o Prémio Nobel da Literatura percorreu exatamente um ano antes de morrer.

Lisboa de Saramago
Visite Lisboa inspirado pelas personagens de José Saramago, que aí viveu a maior parte da sua vida, amou a cidade e fez dela ponto central das suas obras. O roteiro começa na casa do escritor em Lisboa, perto do Jardim da Estrela, percorre locais emblemáticos do Chiado e da Baixa e termina em frente à Casa dos Bicos, onde as cinzas do escritor repousam à sombra duma oliveira vinda da sua terra natal.

Lisboa de Pessoa
Um passeio pela Lisboa do séc. XX, relembrando a época em que Fernando Pessoa viveu. Ainda hoje se encontram sinais da sua vivência na cidade: a infância passada no Largo de São Carlos, a Basílica dos Mártires que considerava ser a igreja da sua aldeia, o café A Brasileira, no Chiado, ou o bairro de Campo de Ourique onde se encontra a sua última casa, hoje museu. Opte por uma visita guiada ou siga o percurso que o próprio Fernando Pessoa sugere para visitar a cidade na sua obra “Lisboa, O que o Turista deve ver”.

Lisboa do Eça, a cidade no séc. XIX
Faça um percurso pelos cenários de muitas das obras de Eça de Queiroz. As ruas, os edifícios mais antigos, as lojas com história e os locais emblemáticos da vida cultural na época são o mote para uma visita guiada diferente e que lhe dará uma nova visão da cidade.

Lisboa dos Descobrimentos
Os itinerários que se inspiram na cidade do séc. XVI, com particular destaque para Belém e para os monumentos representativos da época dos Descobrimentos, não terão origem literária, mas remetem para o universo de Luís Vaz de Camões, poeta clássico, grande referência da literatura portuguesa e de escritores como Fernando Pessoa e José saramago. Na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, pode ver-se o túmulo desse grande escritor.

Roteiros literários dos Açores
Nas ilhas atlânticas dos Açores, com as suas paisagens de origem vulcânica é fácil ficar impressionado pela natureza. No entanto, esses passeios podem ganhar outros sentidos quando guiados por pessoas que lá viveram e que no seu testemunho chamam a atenção para os pormenores que alimentam a paixão pelas ilhas. Em cada ilha, deixe-se acompanhar por um escritor ou uma personalidade açoriana, pelas suas memórias e histórias e dê outros sentidos à sua viagem.


📚🌄🌇


O poder do turismo literário em Portugal


Artigo de Opinião
por Pedro Batalha

Ao lermos um livro podemos apaixonar-nos por uma cidade, uma paisagem, um povo ou um país que nunca visitámos. Os roteiros literários pretendem assim transformar esse mundo imaginário da literatura numa experiência real, levando turistas a explorar os lugares que inspiraram os escritores e as respetivas obras.

Neste contexto, e com o objetivo de reforçar este fenómeno, estão a ser desenvolvidos diversos roteiros literários, como os que fazem parte do projeto da Uzer Consulting com o apoio do Turismo de Portugal, associados aos maiores escritores nacionais, nas 7 regiões turísticas do país (continente e ilhas). Estes roteiros terão uma forte componente digital, com um site próprio, disponibilizando conteúdos multimédia criados para o efeito. Será também possível “conversar” com os autores, recorrendo à aplicação Talk2me, que permite interagir em cada local selecionado e saber não só o que liga o autor ao espaço, mas também dicas sobre o que fazer por perto, complementando o roteiro.

A promoção do turismo através dos roteiros literários, para além de dignificar escritores e a sua obra e de estimular a leitura, tem um impacto muito positivo na Economia, quer, de forma direta, nas comunidades que beneficiam da atividade turística regional, quer por contribuir para a preservação de locais históricos e culturais, muitas vezes a necessitar de intervenções de conservação urgentes. É este o poder do Turismo Literário e a sua importância estratégica para o nosso país.
😀



AS MINHAS LEITURAS: "O Meu Chapéu Cinzento - Pequenas Geografias" de Olivier Rolin

 

Livros com Gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Olivier Rolin
Edições: ASA
Nº de Págs.: 144
Coleção: Pequenos Prazeres
Ano de Edição: 2001
Classificação: Romance
Sinopse: O Meu Chapéu Cinzento de Olivier Rolin transporta-nos numa extraordinária viagem, da Alexandria de Cavafy e Durrell à Lisboa de Fernando Pessoa, à Atenas de Melina Mercouri, à Goa de Tabucchi, aos Açores de Antero e dos pescadores de baleias... Recusando embora a classificação de escritor de viagens, Rolin demonstra aqui, porém, a velha e frutuosa ligação que a viagem e a literatura estabeleceram desde que Homero fez Ulisses voltar a Ítaca...
A presente edição de O Meu Chapéu Cinzento - título inspirado num verso de Blaise Cendrars - reproduz nove das viagens da edição original francesa, selecionadas pelo autor e pelo editor português. Como diz Olivier Rolin, a coerência que podemos esperar deste conjunto de relatos é a que resulta do facto de "em cada uma das escalas desta peregrinação nos termos esforçado por exigir alguma exactidão das palavras, de modo a que elas constituíssem como que os fragmentos de uma geografia, isto é, de uma escrita escrupulosa de terra".


Comentário
Em 2009 fiz a primeira tentativa para ler este livro. Não consegui. Realmente foram necessários anos de "amadurecimento" para conseguir agora ler tudo - ou desta vez estava mais concentrada - quem sabe? 😅
Mas a verdade é que a escrita de Rolin não é para qualquer um. Pelo menos não é para mim. Neste livro o autor mostra a sua enorme cultura geral, o seu grande conhecimento pela literatura e o seu amor às viagens:

"Aliás, entre o facto de escrever e o de viajar há realmente algumas relações secretas (...) ambas as atividades atestam uma espécie de instabilidade essencial. (...) Escrever, é coisa que começa pelo sentimento de estar deslocado, sem eira nem beira, sem fé nem lei. (...) A literatura não é uma atividade mundana, ela implica um desacordo com o mundo."

Rolin também apresenta o conceito interessante de cidades-livros, onde associamos um autor a uma cidade (quase em tom de elogio), como por exemplo Praga é Kafka, pois é através dos livros e não dos mapas que conhecemos as cidades e nos tornamos viajantes de literatura, em vez de simples leitores. De facto há cada vez mais rotas/percursos/guias turísticos baseados nos livros - é o chamado turismo literário.

"Os escritores, com as suas perspetivas, as suas avenidas e os seus cais de palavras, as suas cúpulas e as suas colunas de palavras, e também as suas lixeiras, esgotos, bafios e papéis gordurosos de palavras, contribuem muito para nos enganar e para errarmos dentro e acerca das cidades. Lemos um desses livros cujo objeto é uma cidade e depois, ao desembarcarmos um dia pela primeira vez, constatamos que nada mudou desde que nunca lá estivemos."



Referências
📌 Biografia de Olivier Rolin na Infopedia.
📌Entrevista do Diário de Notícias ao escritor [13 dez. 2018] «Olivier Rolin: "Em jovem era adepto da violência política"»
📌 Primeira tentativa falhada de leitura no meu antigo blogue Lunar Books.


Desafio Literário
📚  Mant'Anual 2023 na categoria « Título com seis palavras».



AS MINHAS LEITURAS: "Retalhos da Vida de um Médico" de Fernando Namora

 

Livros com Gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Fernando Namora
Edições: Círculo de Leitores
Nº de Págs.: 528
Ano de Edição: 1977
Classificação: Romance
Sinopse: Retalhos da Vida de Um Médico é um conjunto de crónicas fundamentalmente acerca da vivência de Fernando Namora na sua atividade profissional enquanto médico de província.


Comentário
Fernando Namora expõe a ignorância e a mesquinhez das pessoas das aldeias, relata o medo e a descrença pela medicina, narra a vida difícil dos médicos de província. Naquela altura proliferavam os curandeiros, os barbeiros, os endireitas  e as parteiras... reinava a sabedoria popular. Embora houvesse hospitais, médicos e enfermeiras, as pessoas desvalorizavam. Por isso é que a reforma da saúde foi tão importante, assim como a criação do Serviço Nacional de Saúde.
Fiquei surpreendida com várias situações descritas no livro! É verdade que estamos a falar do Portugal dos anos 40 e 50, mas mesmo assim é impressionante como ainda hoje existem pessoas que pensam e agem dessa forma tão retrógrada... com tanta informação disponível... Custa-me compreender.
Partilho três excertos: 

***

"(...) O médico é um sujeito milagroso e optimista, que vive de honrarias, que não tem estômago nem família, aceitando ou implorando, de chapéu na mão, um canto qualquer onde trabalhe de graça. É o único profissional, neste mundo bem atento ao deve e haver, que se basta com doentes, horas afanosas de lida, uma euforizadora aparência de auréolas e proveito."


"O Sr. Ernesto era um ramo decadente duma família de curandeiros (...) nenhum doente entregava a receita na farmácia sem a [sua] aprovação."


"A medicina, sendo para o povo uma ciência de iluminados, devia ser praticada por quem não tivesse aprendido em livros; o espantoso era vir alguém da ignorância e mergulhar nos mistérios do corpo humano. O médico era, por assim dizer, o profissional sem vocação; merecia mais a confiança o que nascera predestinado".


"(...) Se me perguntassem um dia qual o meu ideal de felicidade, eu responderia: um mundo em que as crianças e os velhos se sentissem felizes. É neles que se espelha o uso que os homens fazem tanto da justiça como do amor (...)"


Referências


📚
Este livro conta para o desafio literário Bingo Profissão do Herói 2023 na categoria "Médico".

📚


NOVIDADE LIVRO: "Uma Valsa com a Morte" de João Tordo

Depois de "Manual de Sobrevivência de um Escritor", João Tordo regressa ao ensaio com um conjunto de textos onde reflete sobre a ligação entre música e literatura, melancolia, morte e espiritualidade.


João Tordo é um escritor premiado e filho do grande cantor e compositor Fernando Tordo. Ainda não li nenhuma obra sua, mas já coloquei na wishlist.