Qual é a importância de contar histórias às crianças? Eu acho que, com o livro infantil, nós conseguimos despertar vários tipos de sentimentos e descobrir vários caminhos, várias opções de vida, várias respostas que nos vão surgindo. Acredito que uma boa história pode salvar o mundo: salva o nosso mundo, mas também salva o mundo de todos. Há histórias que fazem rir, há histórias que fazem chorar, há histórias que fazem pensar e há espaço para todas elas.
Deve dar-se essa possibilidade às crianças, desde muito cedo, de ter vários tipos de histórias, vários estilos de ilustrações, para que também se apercebam que há várias formas de respondermos aos desafios que se vão apresentando na nossa vida. Muitas vezes lemos uma história e vemos a perspetiva de uma personagem e achamos que se estivessemos no lugar dela não tomariamos aquela decisão, mas, se calhar, um ou dois meses depois, quando entramos naquela história e a lemos, temos uma perspetiva diferente. A magia das boas histórias é mesmo assim: acompanham-nos, fazem-nos crescer, fazem-nos ver outras perspetivas e trazem-nos uma empatia muito especial.
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Na antiga cidade de Nínive, nas margens do rio Tigre, o rei Assurbanípal da Mesopotâmia construiu uma grande biblioteca que se desmoronaria com o fim do seu reinado. Das suas ruína...
«Talvez Deus se juntasse a nós mais tarde, quando ficasse convencido de que estávamos do lado dos vencedores. Então, o Céu aprovaria uma lei sobre os direitos civis e todos os anjo...
«Sempre acreditámos que mudar de ideias é uma melhoria, trazendo maior autenticidade às nossas relações com o mundo e com as outras pessoas. Põe fim à vacilação, à incerteza, à fra...
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Um thriller histórico com Lisboa do século XVII como pano de fundo. Corre o ano da graça de 1630 – estando Portugal sob a dominação espanhola – quando é apresentada queixa da prof...
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Lídia Jorge tem aquela capacidade rara reservada aos grandes escritores: uma compreensão profunda do ser humano, através do seu compromisso inabalável com o poder da palavra escrita. Acredita no potencial transformador da narração das histórias. A literatura, afirma, segue um caminho constante, como uma espécie de sombra branca, e vai dulcificando as coisas. Criar traços de beleza dá-lhe uma grande sensação de liberdade.
Recordamos, agora, a entrevista que a autora nos concedeu em 2024 (e publicada na revista wookacontece n.º 11), em torno do seu mais recente romance, Misericórdia. É uma obra que nos deslumbra e desarma, que a autora escreveu a pedido da sua mãe, e que traça um retrato universal da condição humana, através do qual sentiu o fulgor da existência.
Numa exploração ímpar da dinâmica geracional e dos fios invisíveis que nos unem, a escritora explora o delicado equilíbrio entre a alegria da existência e as nuances do envelhecimento. O brilhantismo deste romance conquistou, entre outras distinções, o Pémio Médicis Étranger, concedido pela primeira vez a uma autora de língua portuguesa.
Os retellings conquistaram a literatura contemporânea como formas criativas de revisitar os clássicos. Mais do que simples interpretações de uma história, estes livros são exercícios de escuta que procuram, acima de tudo, perceber o que ficou por dizer no texto original, quem foi deixado de fora e que novas leituras podem surgir à luz da realidade em que vivemos. Madeline Miller, Barbara Kingsolver, Pat Barker, Percival Everett e Sandra Newman são autores que, ao reinventarem obras canónicas, deram voz a personagens esquecidas, trouxeram os enredos para os dias de hoje e abriram espaço a novas formas de contar as mesmas histórias.
Em James, Percival Everett resgata do silêncio uma das figuras mais marcantes e ignoradas da literatura mundial. Jim é um escravo assombrado pela possibilidade de ser vendido, enviado para longe e separado para sempre da mulher e da filha. Decide, por isso, esconder-se. É então que a sua vida se cruza com a de um jovem, também em fuga, que fingiu a própria morte para escapar ao pai violento. Juntos, descem o Mississípi numa jangada em busca de liberdade e de uma vida melhor. O jovem é Huckleberry Finn, herói consagrado da literatura americana; e Jim será o seu companheiro de viagem. Everett pegou neste clássico de Mark Twain e reimaginou-o a partir de um novo ponto de vista, profundamente marcado pela consciência racial do século XXI. Durante a ação de As Aventuras de Hucleberry Finn, Jim é uma personagem pouco desenvolvida, cuja única função é a de acompanhar Huck na sua viagem de autodescoberta. Não há oportunidade para conhecermos verdadeiramente este homem que, apesar de ter muitos sonhos, medos e desejos, nunca é realmente ouvido nem compreendido. Tudo o que sabemos sobre ele é filtrado pelos olhos de Huck mas, neste retelling, é-lhe concedida a possibilidade de ser o protagonista da sua própria história e agente ativo na busca da tão desejada liberdade.
Há um certo desconforto nos domingos à tarde: a promessa da manhã já passou, e a urgência da noite ainda demora. São intervalo morno entre o repouso e o dever da segunda-feira que espreita. O tempo de descanso escapa sem pedir licença, a televisão grita e as redes sociais cansam. A casa arruma-se sozinha — ou não se arruma de todo. E nós, ali, somos elefantes na sala, imóveis, desconcertados, sem saber se queremos dormir ou recomeçar tudo.
Esta lista não sugere romances felizes nem autoajuda disfarçada de ciência. Também não serve para motivar ninguém. A proposta é outra: leituras que validam o tédio e o transformam em companhia. Estes são livros que não prometem soluções, mas abrem frestas e não ocupam o silêncio. Apenas se sentam ao nosso lado, como quem diz: «Eu também não sei bem o que fazer, mas fico aqui contigo.»
Comecemos por Qual É o Teu Tormento, de Sigrid Nunez, romance que Almodóvar adaptou para o cinema e que possui tudo o que este momento exige: empatia, humanidade e diálogo. Ao acompanhar uma amiga em fim de vida, a narradora mergulha nas pequenas histórias que salvam do absurdo: sobre livros, amores fracassados e juventudes passadas. E há, em tudo isso, ternura. Ler Nunez é aceitar que, às vezes, viver é apenas permanecer, mesmo quando a vida se afigura sem enredo.
Abaixo encontra-se o trailer de O Quarto ao Lado, adaptação ao cinema em 2024 por Pedro Almodóvar.
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