Roteiros Literários - Turismo de Portugal


No site do Turismo de Portugal é possível encontrar informações sobre roteiros literários e afins:

Escritores a Norte
Foi na região do Porto e Norte que nasceram ou viveram alguns dos mais importantes escritores portugueses dos séculos XIX e XX. Foi nessa evidência que se baseou o projeto “Escritores a Norte” para sugerir um pretexto para viajar pela região e dar a conhecer um pouco da cultura portuguesa, enquanto se é surpreendido pelas paisagens da costa norte, do Vale do Douro ou do interior de Portugal.

A Viagem do Elefante
Um roteiro que atravessa o Centro de Portugal que o próprio José Saramago realizou para o seu protagonista de “A Viagem do Elefante”. Um convite a descobrir ou redescobrir, como o escritor, um roteiro cultural que o Prémio Nobel da Literatura percorreu exatamente um ano antes de morrer.

Lisboa de Saramago
Visite Lisboa inspirado pelas personagens de José Saramago, que aí viveu a maior parte da sua vida, amou a cidade e fez dela ponto central das suas obras. O roteiro começa na casa do escritor em Lisboa, perto do Jardim da Estrela, percorre locais emblemáticos do Chiado e da Baixa e termina em frente à Casa dos Bicos, onde as cinzas do escritor repousam à sombra duma oliveira vinda da sua terra natal.

Lisboa de Pessoa
Um passeio pela Lisboa do séc. XX, relembrando a época em que Fernando Pessoa viveu. Ainda hoje se encontram sinais da sua vivência na cidade: a infância passada no Largo de São Carlos, a Basílica dos Mártires que considerava ser a igreja da sua aldeia, o café A Brasileira, no Chiado, ou o bairro de Campo de Ourique onde se encontra a sua última casa, hoje museu. Opte por uma visita guiada ou siga o percurso que o próprio Fernando Pessoa sugere para visitar a cidade na sua obra “Lisboa, O que o Turista deve ver”.

Lisboa do Eça, a cidade no séc. XIX
Faça um percurso pelos cenários de muitas das obras de Eça de Queiroz. As ruas, os edifícios mais antigos, as lojas com história e os locais emblemáticos da vida cultural na época são o mote para uma visita guiada diferente e que lhe dará uma nova visão da cidade.

Lisboa dos Descobrimentos
Os itinerários que se inspiram na cidade do séc. XVI, com particular destaque para Belém e para os monumentos representativos da época dos Descobrimentos, não terão origem literária, mas remetem para o universo de Luís Vaz de Camões, poeta clássico, grande referência da literatura portuguesa e de escritores como Fernando Pessoa e José saramago. Na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, pode ver-se o túmulo desse grande escritor.

Roteiros literários dos Açores
Nas ilhas atlânticas dos Açores, com as suas paisagens de origem vulcânica é fácil ficar impressionado pela natureza. No entanto, esses passeios podem ganhar outros sentidos quando guiados por pessoas que lá viveram e que no seu testemunho chamam a atenção para os pormenores que alimentam a paixão pelas ilhas. Em cada ilha, deixe-se acompanhar por um escritor ou uma personalidade açoriana, pelas suas memórias e histórias e dê outros sentidos à sua viagem.


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O poder do turismo literário em Portugal


Artigo de Opinião
por Pedro Batalha

Ao lermos um livro podemos apaixonar-nos por uma cidade, uma paisagem, um povo ou um país que nunca visitámos. Os roteiros literários pretendem assim transformar esse mundo imaginário da literatura numa experiência real, levando turistas a explorar os lugares que inspiraram os escritores e as respetivas obras.

Neste contexto, e com o objetivo de reforçar este fenómeno, estão a ser desenvolvidos diversos roteiros literários, como os que fazem parte do projeto da Uzer Consulting com o apoio do Turismo de Portugal, associados aos maiores escritores nacionais, nas 7 regiões turísticas do país (continente e ilhas). Estes roteiros terão uma forte componente digital, com um site próprio, disponibilizando conteúdos multimédia criados para o efeito. Será também possível “conversar” com os autores, recorrendo à aplicação Talk2me, que permite interagir em cada local selecionado e saber não só o que liga o autor ao espaço, mas também dicas sobre o que fazer por perto, complementando o roteiro.

A promoção do turismo através dos roteiros literários, para além de dignificar escritores e a sua obra e de estimular a leitura, tem um impacto muito positivo na Economia, quer, de forma direta, nas comunidades que beneficiam da atividade turística regional, quer por contribuir para a preservação de locais históricos e culturais, muitas vezes a necessitar de intervenções de conservação urgentes. É este o poder do Turismo Literário e a sua importância estratégica para o nosso país.
😀



AS MINHAS LEITURAS: "O Meu Chapéu Cinzento - Pequenas Geografias" de Olivier Rolin

 

Livros com Gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Olivier Rolin
Edições: ASA
Nº de Págs.: 144
Coleção: Pequenos Prazeres
Ano de Edição: 2001
Classificação: Romance
Sinopse: O Meu Chapéu Cinzento de Olivier Rolin transporta-nos numa extraordinária viagem, da Alexandria de Cavafy e Durrell à Lisboa de Fernando Pessoa, à Atenas de Melina Mercouri, à Goa de Tabucchi, aos Açores de Antero e dos pescadores de baleias... Recusando embora a classificação de escritor de viagens, Rolin demonstra aqui, porém, a velha e frutuosa ligação que a viagem e a literatura estabeleceram desde que Homero fez Ulisses voltar a Ítaca...
A presente edição de O Meu Chapéu Cinzento - título inspirado num verso de Blaise Cendrars - reproduz nove das viagens da edição original francesa, selecionadas pelo autor e pelo editor português. Como diz Olivier Rolin, a coerência que podemos esperar deste conjunto de relatos é a que resulta do facto de "em cada uma das escalas desta peregrinação nos termos esforçado por exigir alguma exactidão das palavras, de modo a que elas constituíssem como que os fragmentos de uma geografia, isto é, de uma escrita escrupulosa de terra".


Comentário
Em 2009 fiz a primeira tentativa para ler este livro. Não consegui. Realmente foram necessários anos de "amadurecimento" para conseguir agora ler tudo - ou desta vez estava mais concentrada - quem sabe? 😅
Mas a verdade é que a escrita de Rolin não é para qualquer um. Pelo menos não é para mim. Neste livro o autor mostra a sua enorme cultura geral, o seu grande conhecimento pela literatura e o seu amor às viagens:

"Aliás, entre o facto de escrever e o de viajar há realmente algumas relações secretas (...) ambas as atividades atestam uma espécie de instabilidade essencial. (...) Escrever, é coisa que começa pelo sentimento de estar deslocado, sem eira nem beira, sem fé nem lei. (...) A literatura não é uma atividade mundana, ela implica um desacordo com o mundo."

Rolin também apresenta o conceito interessante de cidades-livros, onde associamos um autor a uma cidade (quase em tom de elogio), como por exemplo Praga é Kafka, pois é através dos livros e não dos mapas que conhecemos as cidades e nos tornamos viajantes de literatura, em vez de simples leitores. De facto há cada vez mais rotas/percursos/guias turísticos baseados nos livros - é o chamado turismo literário.

"Os escritores, com as suas perspetivas, as suas avenidas e os seus cais de palavras, as suas cúpulas e as suas colunas de palavras, e também as suas lixeiras, esgotos, bafios e papéis gordurosos de palavras, contribuem muito para nos enganar e para errarmos dentro e acerca das cidades. Lemos um desses livros cujo objeto é uma cidade e depois, ao desembarcarmos um dia pela primeira vez, constatamos que nada mudou desde que nunca lá estivemos."



Referências
📌 Biografia de Olivier Rolin na Infopedia.
📌Entrevista do Diário de Notícias ao escritor [13 dez. 2018] «Olivier Rolin: "Em jovem era adepto da violência política"»
📌 Primeira tentativa falhada de leitura no meu antigo blogue Lunar Books.


Desafio Literário
📚  Mant'Anual 2023 na categoria « Título com seis palavras».



AS MINHAS LEITURAS: "Retalhos da Vida de um Médico" de Fernando Namora

 

Livros com Gipsofila

Ficha do Livro
Autor: Fernando Namora
Edições: Círculo de Leitores
Nº de Págs.: 528
Ano de Edição: 1977
Classificação: Romance
Sinopse: Retalhos da Vida de Um Médico é um conjunto de crónicas fundamentalmente acerca da vivência de Fernando Namora na sua atividade profissional enquanto médico de província.


Comentário
Fernando Namora expõe a ignorância e a mesquinhez das pessoas das aldeias, relata o medo e a descrença pela medicina, narra a vida difícil dos médicos de província. Naquela altura proliferavam os curandeiros, os barbeiros, os endireitas  e as parteiras... reinava a sabedoria popular. Embora houvesse hospitais, médicos e enfermeiras, as pessoas desvalorizavam. Por isso é que a reforma da saúde foi tão importante, assim como a criação do Serviço Nacional de Saúde.
Fiquei surpreendida com várias situações descritas no livro! É verdade que estamos a falar do Portugal dos anos 40 e 50, mas mesmo assim é impressionante como ainda hoje existem pessoas que pensam e agem dessa forma tão retrógrada... com tanta informação disponível... Custa-me compreender.
Partilho três excertos: 

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"(...) O médico é um sujeito milagroso e optimista, que vive de honrarias, que não tem estômago nem família, aceitando ou implorando, de chapéu na mão, um canto qualquer onde trabalhe de graça. É o único profissional, neste mundo bem atento ao deve e haver, que se basta com doentes, horas afanosas de lida, uma euforizadora aparência de auréolas e proveito."


"O Sr. Ernesto era um ramo decadente duma família de curandeiros (...) nenhum doente entregava a receita na farmácia sem a [sua] aprovação."


"A medicina, sendo para o povo uma ciência de iluminados, devia ser praticada por quem não tivesse aprendido em livros; o espantoso era vir alguém da ignorância e mergulhar nos mistérios do corpo humano. O médico era, por assim dizer, o profissional sem vocação; merecia mais a confiança o que nascera predestinado".


"(...) Se me perguntassem um dia qual o meu ideal de felicidade, eu responderia: um mundo em que as crianças e os velhos se sentissem felizes. É neles que se espelha o uso que os homens fazem tanto da justiça como do amor (...)"


Referências


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Este livro conta para o desafio literário Bingo Profissão do Herói 2023 na categoria "Médico".

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NOVIDADE LIVRO: "Uma Valsa com a Morte" de João Tordo

Depois de "Manual de Sobrevivência de um Escritor", João Tordo regressa ao ensaio com um conjunto de textos onde reflete sobre a ligação entre música e literatura, melancolia, morte e espiritualidade.


João Tordo é um escritor premiado e filho do grande cantor e compositor Fernando Tordo. Ainda não li nenhuma obra sua, mas já coloquei na wishlist.









 

NOVIDADE LIVRO: "O Vento Conhece o Meu Nome" de Isabel Allende

 


SINOPSE
Viena, 1938. Samuel Adler tem apenas 5 anos quando o pai desaparece, na infame Noite de Cristal – a noite em que a sua família perde tudo. Procurando garantir a segurança do filho, a mãe consegue-lhe lugar num comboio que transporta crianças judias para fora do país, agora ocupado pelo regime nazi. Samuel embarca sozinho, deixando a família para trás, tendo o seu violino como única companhia.
Arizona, 2019. Anita Díaz e a mãe tentam entrar nos EUA, fugindo à violência que reina no seu país, El Salvador. No entanto, são separadas na fronteira, ao abrigo de uma nova lei que regulamenta a imigração, forçando à separação das famílias. A mãe desaparece sem deixar rasto, e Anita é colocada em sombrias instituições de acolhimento. O caso desperta a atenção de Selena Durán, uma californiana de ascendência latina, e de Frank Angileri, um promissor advogado, que tudo farão para reunir de novo mãe e filha. Juntos, vão conhecer de perto a violência que muitas mulheres sofrem em silêncio, sem que dela consigam escapar.

Entrelaçando passado e presente, "O vento conhece o meu nome" conta-nos a história destas duas personagens inesquecíveis, ambas em busca da família e de um lar. É uma sentida homenagem aos sacrifícios que fazemos em nome dos filhos e uma carta de amor às crianças que sobrevivem a perigos inimagináveis – sem nunca deixarem de sonhar.





NOVIDADE LIVRO: "A Arte de Driblar Destinos" de Celso Costa


Celso Costa

O romance de Celso Costa "A arte de driblar destinos" baseia-se nas memórias de infância e juventude do autor, é uma saga familiar e uma história de superação, contada oralmente e gravada, e só depois passada a papel.

Publicado aos 74 anos, este livro, vencedor do Prémio Leya 2022, foi o seu primeiro romance, no sentido mais estrito, já que anteriormente Celso Costa, matemático de vocação e formação, publicara um livro de ficção matemática, de pouca circulação e dirigido a esse público específico.
Trata-se do primeiro volume das suas memórias ficcionadas, uma história protagonizada por um menino - o autor na infância -- passada numa povoação do Paraná, onde a escola oficial não vai além dos primeiros anos e onde a maioria das pessoas não passou do ensino básico, refletindo aquele que é o mundo social do interior do Brasil, contou o escritor, em entrevista à agência Lusa, numa passagem por Lisboa.


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6 filmes inspirados em livros que estão na Netflix

As adaptações cinematográficas feitas às obras literárias acompanham o mundo do cinema desde há muito tempo, mas agora com a existência de plataformas de streaming muitos sucessos literários ganharam um outro espaço para apresentar as suas narrativas.
A MAGG apresenta uma pequena lista de filmes que se pode encontrar na plataforma da Netflix, e que por acaso eu já vi 😉.

1) "Onde o Desejo se Esconde" (2022)

O romance de Nora Roberts, “Virtude Indecente”, foi transformado numa produção cinematográfica e estreou a 13 de janeiro de 2022, recebendo o nome de “Onde o Desejo se Esconde”. A história é focada numa autora de policiais, que descobre que a irmã está morta e, com isso, tem de utilizar todos os seus conhecimentos para desvendar os motivos por detrás desta morte.

Este drama é realizado por Monika Mitchell e apresenta no seu elenco nomes como Alyssa Milano, que retrata a escritora Grace Miller, Sam Page, que dá vida ao detetive Ed Jennings, ou Emilie Ullerup, que interpreta a irmã chamada Kathleen.



2) "Moxie" (2021)

Lançado a 3 de março de 2021, “Moxie” é uma comédia dramática que se baseou no romance do mesmo título escrito por Jennifer Mathieu. Este filme conta a história de uma jovem de 16 anos que vive cansada do ambiente sexista e tóxico que se sente na sua escola. Inspirada pelo passado rebelde da mãe e por uma confiante nova amiga, a tímida adolescente de 16 anos publica uma ‘zine” para denunciar o sexismo que é vivido na escola.

Moxie” é uma obra realizada por Amy Poehler, que conta também com a sua participação no elenco juntando-se a Hadley Robinson, Lauren Tsai, Patrick Schwarzenegger, Josephine Langford ou Marcia Gay Harden.



3) "O Tigre Branco" (2021)

Tendo a Índia como pano de fundo, este romance baseado no best-seller do New York Times, de Aravind Adiga, conta a história de um homem que vive quase na miséria e consegue mudar o seu destino tornando-se num empresário de sucesso. Balram Halwai decide tornar-se motorista de um casal de milionários muito influente na Índia. Depois de se aperceber da realidade que acompanha a vida dos patrões, este homem entra no mesmo jogo e começa a fazer falcatruas para ganhar mais dinheiro. E é desta maneira que começa o seu caminho até chegar à prosperidade.

“O Tigre Branco” estreou-se a 22 de janeiro de 2021 e tem na sua ficha técnica nomes como Ramin Bahrani, no papel de realizador, Adarsh Gourav, interpretando a personagem principal Balram Halwai, Priyanka Chopra Jonas, dando vida a Pinky Shah e Rajkummar Rao, retratando Ashok Shah.



4) "Fala-me de um Dia Perfeito" (2020)

Esta história, lançada a 28 de fevereiro de 2020, retrata dois adolescentes que lidam com problemas pessoais, mas que criam uma forte ligação, enquanto embarcam numa viagem para documentar os locais mais deslumbrantes do estado de Indiana, nos Estados Unidos.

Esta obra, que retrata temas como saúde mental ou suicídio, foi primeiramente escrita por Jennifer Niven, sendo depois adaptada para a Netflix por Brett Haley. Elle Fanning, Justice Smith, Luke Wilson, Felix Mallard ou Keegan-Michael Key são alguns dos nomes que fazem parte do elenco deste filme.




5) "Amor & Gelato" (2022)

Das folhas do livro assinado por Jenna Evans Welch para os ecrãs da plataforma de streaming, pelas mãos de Brandon Camp. Nesta história, a jovem Lina viaja até Itália para cumprir o último desejo da sua mãe, que ela conhecesse o pai. As suas aventuras pelo país do mediterrâneo levam-na a descobrir o amor, mas também a sua paixão por gelado.

Amor & Gelato” estreou-se a 22 de junho de 2022 e Susanna Skaggs, Saul Nanni, Tobia De Angelis ou Angelika Washington são nomes que fazem parte do elenco desta produção cinematográfica.




6) "Agente Oculto" (2022)

Este thriller de ação, que se estreou a 14 de julho de 2022, leva-nos a seguir a personagem Gentry, que é um mercenário da CIA, que recebe uma nova missão para resgatar um homem influente e a sua família das mãos de um poderoso assassino. Contudo, no meio da missão, Gentry descobre vários segredos de crimes ligados à agência de informação de segurança norte-americana, que podem incriminar os seus superiores. O mercenário torna-se desta maneira um alvo abater para que não exponha os mistérios por detrás destes crimes.

Esta trama, baseada na obra homónima escrita por Mark Greaney, foi realizada por Antthony e Joe Russo, conhecidos por serem também os responsáveis por “Capitão América” ou “Vingadores”. Ryan Gosling, Chris Evans, Ana de Armas, Regé-Jean Page, Jessica Henwick ou Billy Bob Thornton são alguns dos nomes que compõe este elenco.






Votação "Prémio Livro do Ano 2022" Bertrand

 


Data limite para votação na segunda fase: 5 junho.

Mais informação sobre o Prémio Livro do Ano Bertrand.



Wookacontece: Irmãs e Irmãos

De melhores amigos a inimigos de morte, a relação entre irmãos é, provavelmente, aquela que mais gradientes tem no espectro das emoções humanas. Ao longo da História, irmãos competiram por heranças, títulos e casamentos. Mas não há nada mais reconfortante do que saber que, perto de nós, está alguém que é praticamente feito da mesma matéria.
Podemos ler o artigo completo aqui no blogue literário da Wook. 😊 Os autores do artigo deixam algumas sugestões:



O título deste livro deixa antever uma relação próxima entre duas primas. E assim o é. Mas esta é também uma história sobre a forma como uma mulher, a narradora, vê a sua irmã, uma pessoa com deficiência severa, presa a uma cadeira de rodas e a uma vida de cuidados. Logo no início do livro, Yuna lança um olhar impiedoso contra a sua irmã, fragilizada, examinando a forma como ela se alimenta, como faz as suas necessidades e sendo extremamente cruel nas suas observações. O discurso da narradora não transparece qualquer empatia pela irmã, facto que é comum aos outros membros da família. Será inveja? Quererá Yuna chamar a atenção para si? Este não é um livro para os mais sensíveis. Prepare-se para uma linguagem crua, dura, sem misericórdia.





Até parecia mal não sugerirmos aqui o mais famoso livro de sempre com “irmãos” no título. O clássico consagrado do autor russo não precisa de apresentações. Todos já o vimos numa estante e muitos de nós, leitores, já quisemos descobrir a razão por que esta história de três irmãos russos ultrapassa gerações e chega até nós como um dos maiores monumentos da História da Literatura. Entre as razões, poderá estar o facto de que Dmitri, Ivan e Aliócha representarem em si mesmos o próprio ser humano, nas suas fragilidades, hesitações e conflitos. Constantemente em luta entre si, os momentos de redenção são como breves tomadas de fôlego, que depressa nos devolvem a uma história complexa, onde a moralidade e a culpa têm uma palavra decisiva na formação da natureza humana.




Quando as nossas irmãs chegaram à família, foram dias de festa e de uma alegria sem fim. Se fecharmos os olhos e pensarmos um pouco, talvez tenha sido esse mesmo o dia mais feliz das nossas vidas. Embora fôssemos pequenos, nada equivale àquela emoção inocente de sabermos que, após uma longa espera em que a barriga da nossa mãe ia crescendo, vinha finalmente para casa aquele pequeno ser que nos andavam a prometer há tanto tempo. Mas nem sempre é assim. Por vezes, os irmãos mais velhos podem entender que a chegada de um novo filho dos seus pais lhes vai tirar mimos. A atenção dada ao recém-nascido e a forma como o filho mais velho é tratado nessa altura pode definir aquela que vai ser a relação entre ambos. Este livro, de uma ternura incrível, é uma boa forma de abordar as alterações que a chegada de um pequenino provoca no seio de uma família.




Falemos, agora, de irmãos irremediavelmente desavindos. Os gémeos Yaqub e Omar já se tornaram personagens centrais na literatura lusófona. E isto antes ainda de terem sido interpretados por Cauã Reymond numa série de televisão! A história passa-se em Manaus e abrange várias décadas da vida desta família de imigrantes libaneses. Além de explorar o contexto social e político da cidade, Dois Irmãos encena magistralmente a relação complexa entre os gémeos, muito motivada pela forma diferente como são tratados pela mãe. Um deles é motivo de orgulho para todos, pelos seus estudos e afirmação de estabilidade, enquanto o outro, desavindo consigo próprio e com a vida, mantém relações passageiras, arranja problemas e comporta-se de forma destrutiva. Além da série, o livro foi também adaptado a novela gráfica e passa-se no exuberante cenário da Amazónia.




Quando somos pequenos, os nossos irmãos parecem-nos parte integrante de nós próprios. É comum haver brigas e disputas, mas, ao fim de contas, são eles os nossos cúmplices de aventuras, com quem estabelecemos uma aliança indestrutível contra as ordens dos pais. Mas, quando crescemos, nem sempre esta relação se mantém. Irmãos amigos é o melhor que há na vida, mas, por vezes, pelo próprio curso da vida, há momentos que nos afastam e que podem arruinar o amor dos irmãos. Neste livro, três irmãos regressam à casa de campo onde ocorreu um terrível acidente que alterou as suas vidas para sempre, separando-os. Na viagem até lá, sentem-se como estranhos que aos poucos vão descortinando o passado, trazendo com isso segredos e traumas que pareciam adormecidos.