Nunca como agora se falou tanto, em Portugal, sobre o ofício do tradutor. Somos, reconhecidamente, um país com «tradutores de referência», artesãos da língua portuguesa que conferem um carimbo de qualidade aos livros a que se dedicam. Nas últimas décadas, são incontornáveis, por exemplo, os nomes de António Pescada, António Sousa Ribeiro, Helena Topa, Isabel Castro Silva, João Barrento, Jorge Vaz de Carvalho, Margarida Periquito, Maria de Lourdes Guimarães, Paulo Faria ou Pedro Tamen, para nomear apenas alguns. Apesar de povoarem as nossas estantes, nem sempre reconhecemos os seus nomes de imediato, exceto quando são também escritores de relevo, como, por exemplo, Ana Luísa Amaral, Daniel Jonas, Frederico Lourenço, José Bento, Luísa Costa Gomes, Margarida Vale de Gato, Tânia Ganho ou Vasco Graça Moura.
Mais do que nunca, importa nomear os tradutores. Sem o seu trabalho de engenho e minúcia, não conheceríamos a grande literatura mundial tal como ela existe em português. Numa altura em que o foco mediático se dirige para a ameaça da Inteligência Artificial que paira sobre as condições de trabalho dos tradutores e com a criação do Coletivo de Tradutores Literários, conversámos com alguns dos membros desta nova estrutura.